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Ban lamenta colonização israelense em Jerusalém Oriental

Agência France-Presse
postado em 17/11/2009 21:35
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, "lamentou" a autorização concedida pelas autoridades israelenses para a construção de 900 casas em Jerusalém Oriental, e reafirmou que esta colonização é ilegal. [SAIBAMAIS]Ban "deplora a decisão de hoje do governo de Israel de ampliar a colônia de Gilo, construída no território palestino ocupado por Israel durante a guerra de 1967", declarou o serviço de imprensa das Nações Unidas. "O secretário-geral reafirma sua posição de que a colonização é ilegal e pede à Israel que respeite os compromissos assumidos no 'mapa da paz' que determinam a suspensão de toda atividade de colonização, incluindo a do crescimento natural". Ban "está convencido de que tais medidas enfraquecem os esforços de paz e colocam em dúvida a viabilidade da solução de dois Estados", israelense e palestino. O ministro do Interior israelense, Eli Yishai, autorizou hoje a construção de 900 casas no bairro de Gilo, na parte de Jerusalém reclamada pelos palestinos. "A Comissão de Planejamento e Construção (do ministério do Interior) autorizou a construção de 900 casas em Gilo", informou um funcionário israelense. Nesta terça, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou o pedido dos Estados Unidos para congelar a construção de casas neste bairro de Jerusalém Oriental. Netanyahu rejeitou o pedido alegando que Gilo é "parte integrante de Jerusalém" e que não há nenhuma intenção de limitar a construção de casas no local. O primeiro-ministro destacou ainda que esse tipo de projeto privado não requer autorização do governo. A Casa Branca reagiu acusando Israel de complicar os esforços de paz com os palestinos: "Estamos desalentados com a decisão tomada pela comissão de planejamento de Jerusalém (...) num momento em que estamos trabalhando para relançar as negociações. Tais decisões só complicam nossos esforços". Na segunda-feira, o emissário especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell, disse aos colaboradores de Netanyahu que este projeto é uma fonte de tensão com os palestinos e afeta as possibilidades de uma retomada das negociações. A Autoridade Palestina condenou "severamente" a iniciativa israelense afirmando que "a colonização deve ser detida. É a única forma para voltarmos a ter um verdadeiro processo de paz", declarou o principal negociador palestino Saeb Erakat. A parte oriental de Jerusalém, onde vivem 200.000 israelenses e 270.000 palestinos, foi conquistada por Israel durante a guerra de 1967 e anexada.

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