Agência France-Presse
postado em 18/11/2009 14:30
SEUL - O presidente Barack Obama conclui na Coreia do Sul seu giro pelo continente asiático e em sua agenda de discussões em Seul constam principalmente a questão do programa nuclear norte-coreano e as relações comerciais bilaterais. Barack Obama e seu colega, Lee Myung-Bak, devem se encontrar nesta quinta-feira para conversar sobre o caso norte-coreano.
A Coreia do Norte interrompeu em abriu as negociações a seis (as duas Coreias, EUA, China, Japão e Rússia) que tentam convencê-la a renunciar às suas ambições nucleares em troca de uma ajuda energética e de garantias de segurança. Pyongyang indicou que estava disposto a retomar estas discussões, mas desde que os Estados Unidos aceitem antes discussões bilaterais.
A tensão aumentou na região desde que o Norte realizou em 25 de maio seu segundo teste nuclear, além de vários testes de mísseis, e se declarou fora do armistício que colocou fim à guerra da Coreia (1950-53). Para piorar ainda mais o clima, um incidente naval opôs em 10 de novembro as duas Coreias no Mar Vermelho.
O presidente americano afirmou, sábado, em Tóquio, que os Estados Unidos não se intimidarão com as ameaças norte-coreanas. Na terça-feira, na etapa chinesa, o presidente Obama defendeu a retomada assim que possível das discussões realizadas em 2003. "Entramos no acordo para que o processo das negociações seja retomado assim que possível", declarou ao final do encontro com seu colega chinês, Hu Jintao.
Por sua vez, a Coreia comunista pareceu manifestar um gesto de paz ao convidar o enviado especial encarregado do caso norte-coreano, Stephen Bosworth. Com isso, ele deve ir, até o fim do ano, a Pyongyang.
Em termos econômicos, os dois aliados devem manter encontros delicados sobre seu pacto de livre comércio assinado há dois anos, mas ainda não confirmado. A presidência sul-coreana pediu este mês ao presidente Obama que avance de maneira mais agressiva neste assunto,
Assinado em abril de 2007 pela administração do presidente George W. Bush, o acordo ainda não foi confirmado pelo Congresso americano nem pela Assembleia nacional sul-coreana. Após sua assinatura, as relações comerciais entre Seul e Washington sofreram fortes impactos devido a um embargo decretado pela Coreia do Sul à carne de vaca americana por questões sanitárias.
Os Estados Unidos condenam Seul por não abrir suficientemente seu mercado aos fabricantes de automóveis americanos com aproximadamente 700 mil carros importados da Coreia do Sul em 2007 contra somente 5.000 carros exportados. Este acordo de livre comércio, se confirmado, será o mais importante em volume de trocas assinado pelos Estados Unidos desde o acordo com a o Canadá e o México de 1994.