Mundo

Cuba de Raúl Castro mantém graves violações aos direitos humanos, diz ONGs

Agência France-Presse
postado em 18/11/2009 15:56
Pelo menos 40 pessoas detidas por representarem "perigo social"; agressões constantes a dissidentes e difíceis condições carcerárias - esse é um panorama da Cuba de Raúl Castro traçado pela Human Rights Watch, HRW. Em informe divulgado nesta quarta-feira, essa organização de defesa dos Direitos Humanos sugere aos Estados Unidos - cujo embargo contra a ilha provou ser ineficaz - buscar uma aliança com a União Europeia, América Latina e Canadá para decidir sanções comuns a serem aplicadas contra o regime castrista, dando-lhe seis meses para libertar todos os prisioneiros políticos. [SAIBAMAIS]O relatório intitulado "Um novo Castro, a mesma Cuba", apresentado em Washington, detalha um estado de medo permanente entre os ativistas políticos e religiosos, num contexto de miséria crescente. "Apesar de significativos obstáculos à investigação, a Human Rights Watch (HRW) documentou mais de 40 casos de pessoas presas simplesmente por quererem exercer seus direitos fundamentais". O informe foi elaborado clandestinamente, com a ajuda de 60 pessoas, explica a HRW. Apesar das vagas promessas iniciais de maior abertura, Raúl Castro "mantém firmemente a maquinaria repressiva", denunciam os autores. "O governo de Raúl Castro vem utilizando, também, leis draconianas e julgamentos fictícios para encarcerar os que se atrevem a exercer suas liberdades fundamentais", diz. No começo do ano, em meio a uma crise aguda, o regime lançou a chamada "Operación Victoria", para prender dezenas de jovens, simplesmente porque não tinham emprego. O informe detalha casos como o de Ramón Velázquez Torazo, que em dezembro de 2006 começou a percorrer a ilha a pé, acompanhado de sua esposa, Bárbara, e da filha Rufina, de 18 anos, para exigir a libertação de presos políticos. Começaram logo a ser perseguidos por grupos de "reação rápida" que os insultaram e assediaram de forma constante. Em janeiro de 2007, os três foram detidos em Camagüey. Ramón Velázques foi encarcerado por representar "perigo social", já que não tinha trabalho.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação