Agência France-Presse
postado em 19/11/2009 09:41
PESHAWAR - Pelo menos 16 pessoas morreram na explosão de uma bomba nesta quinta-feira (19/11) diante do Palácio de Justiça de Peshawar, noroeste do Paquistão, principal alvo dos talibãs vinculados à Al-Qaeda, que multiplicam os atentados em todo o país. O atentado é o oitavo em um mês na capital da Província do Noroeste, perto das zonas tribais onde o Exército executa uma ofensiva contra os redutos dos insurgentes islamitas.
"Um homem-bomba a pé tentou entrar no Palácio de Justiça e, quando a equipe de segurança tentou detê-lo, ele detonou os explosivos que levava", afirmou Sahib Zada Anis, chefe da administração da cidade. "Recebemos os corpos de 16 pessoas e 36 feridos, seis deles em estado crítico", declarou o médico Abdul Hameel Afridi, diretor geral do hospital Lady Reading, o principal centro médico da cidade. Pelo menos três policiais morreram no ataque.
Há três dias, um terrorista a bordo de um carro-bomba matou quatro pessoas em um posto policial de Peshawar, nas imediações de uma escola no momento em que as crianças chegavam para as aulas.
Mais de 2.550 pessoas morreram em pouco mais de dois anos em todo o país em uma ola sem precedente de atentados, executados na grande maioria pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP). Em meados de 2007, este grupo ligado à Al-Qaeda declarou, assim como já havia feito Osama Bin Laden, guerra santa (jihad) a Islamabad pela aliança com os Estados Unidos na "guerra contra o terrorismo" desde o fim de 2001.
Nos últimos meses, os terroristas islamitas intensificaram consideravelmente a campanha de atentados em todo o país e os homens-bomba mataram quase 500 pessoas em 45 dias.
O TTP tem como reduto a zona tribal do Waziristão do Sul, perto da fronteira com o Afeganistão, que é o cenário de uma ampla ofensiva terrestre e aérea do Exército há quase um mês. O grupo prometeu vingança contra a ofensiva e multiplicou os atentados nas grandes cidades.
Os ataques suicidas se tornaram praticamente diários a partir de 17 de outubro, data que marcou o início da ofensiva no Waziristão do Sul. Os talibãs esperavam assim dissuadir o Exército de mobilizar 30 mil soldados na região. "Faremos tantos ataques que o presidente, o primeiro-ministro e o governador (da Província de Fronteira do Noroeste, NWFP) nunca mais poderão sentar tranquilos em seus palácios", prometeu Azam Tariq, porta-voz do TTP.
Os combatentes estrangeiros da Al-Qaeda reconstituíram suas forças nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão. Os talibãs afegãos estabeleceram na região bases de retaguarda, todas apoiadas pelos talibãs paquistaneses.