Agência France-Presse
postado em 19/11/2009 11:02
SEUL - O presidente Barack Obama reiterou nesta quinta-feira, em Seul, sua vontade de diálogo quanto à questão nuclear norte-coreana e advertiu o Irã de que Washington e seus aliados estão discutindo as consequências da recusa de Teerã à proposta sobre seu programa nuclear. No último dia de sua viagem pela Ásia, Obama discutiu com seu colega Lee Myung-bak o espinhoso tema do fim do programa nuclear norte-coreano.
"Vamos enviar o embaixador (Stephen) Bosworth à Coreia do Norte em 8 de dezembro para iniciar conversas diretas com os norte-coreanos", anunciou Obama. Bosworth terá como delicada missão convencer Pyongyang a voltar à mesa de negociações entre seis países (EUA, as duas Coreias, China, Rússia e Japão) sobre a suspensão de seu programa nuclear. O regime de Pyongyang havia abandonado estas conversas em abril.
A tensão aumentou na região desde que, em 25 de maio, a Coreia do Norte realizou seu segundo teste nuclear, condenado pela ONU, procedendo em seguida uma série de testes de mísseis. No entanto, no início de outubro, Pyongyang havia declarado sua disposição para retomar as negociações, iniciadas em 2003, com a condição prévia de um diálogo bilateral com os Estados Unidos.
"A porta está aberta para solucionar estas questões de maneira pacífica e permitir que a Coreia do Norte veja suas sanções reduzidas, podendo se integrar, assim, à comunidade internacional. Mas isso só será possível se a Coreia do Norte aceitar sérios avanços na questão nuclear", declarou Obama.
Por sua vez, o presidente Lee manifestou sua esperança de conseguir o fim do programa nuclear da Coreia do Norte, apesar das negociações "longas e difíceis". "Tenho a convicção de que isso acontecerá um dia", afirmou.
Ao encerrar seu primeiro giro asiático iniciado no Japão, continuada em Cingapura e na China, o presidente americano alçou a voz frente a Teerã. Obama afirmou que as grandes potências discutem agora as "consequências" para o Irã de sua recusa em aceitar o projeto de acordo sobre o programa atômico, deixando assim pairar a ameaça de maiores sanções. Nesta quinta-feira, em Manila, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, citado pela agência ISNA, indicou que o Irã estava disposto a novas discussões, mas ao mesmo tempo rejeitou fazer concessões.
Obama deixou quinta-feira a Coreia do Sul para retornar aos Estados Unidos, encerrando assim sua primeira viagem à Ásia. Ele iniciou a viagem pela região no Japão, antes de seguir para Cingapura, onde participou no Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), e depois para a China, onde se reuniu com o presidente Hu Jintao.