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Romenos elegem presidente para sair do "desastre econômico"

Agência France-Presse
postado em 22/11/2009 12:43
BUCARESTE - Vinte anos após a queda da ditadura comunista de Nicolae Ceausescu, os romenos elegem neste domingo seu presidente, em contexto marcado por uma grave crise econômica.

"O futuro presidente deverá formar um governo e nos retirar do marasmo econômico", destacou o jornal Evenimentul Zilei, qualificando a eleição de hoje de "uma das mais importantes dos 20 últimos anos" neste país de 22 milhões de habitantes.

Depois de uma década de forte crescimento, a econômica mergulhou numa profunda recessão em 2009, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) condicionou o pagamento de uma nova parcela de um empréstimo global de 20 bilhões de euros à formação de um governo, pouco mais de um mês depois da queda do executivo de centro-direita.

Doze candidatos, todos homens, brigam pela presidência. O nome do vencedor só deverá ser conhecido depois do segundo turno, no dia 6 de dezembro.

Os favoritos das pesquisas são o atual presidente de centro-esquerda, Traian Basescu, 58 anos, e o atual presidente do Senado, o líder da oposição social-democrata Mircea Geoana, 51 anos. Ambos reúnem entre 30% e 32% das intenções de voto no primeiro turno, superando amplamente o liberal Crin Antonescu (18%).

Às 09H00 de Brasília, seis horas após a abertura dos centros de votação, o nível de participação era de 20,96%, segundo a Comissão Eleitoral.

"Voto esperando melhorias no sistema de saúde e na educação. Espero que o futuro presidente consiga nos retirar da crise econômica", declarou à AFP a aposentada Rodica Anca Popescu logo depois de votar em Bucareste.

Mircea Geoana, que votou na capital junto com sua mulher e seus dois filhos, afirmou que os romenos podem escolher um novo caminho "depois de cinco anos de escândalos".

Ex-embaixador nos Estados Unidos e ministro das Relações Exteriores entre 2000 e 2004, o candidato social-democrata se apresenta como "um homem de diálogo" capaz de "restaurar a unidade da Romênia", abalada segundo ele por Traian Basescu.

Ele defende a aplicação de um "vigoroso plano anticrise" que incluiria, entre outras medidas, a construção de alojamentos para os jovems casais.

Basescu, ex-capitão da Marinha, se apresenta como um "lutador" pronto para batalhar contra seus adversários social-democratas, que acusa de servir apenas seus interesses próprios.

Ele se gaba de ter levado o país à UE e de ter sido o primeiro a condenar oficialmente os crimes perpetrados durante o comunismo.

Sua prioridade é a "modernização" do Estado, um objetivo que pretende alcançar diminuindo o número de parlamentares.

"Trata-se de uma das eleições mais importantes dos últimos anos", declarou Basescu, que votou com a mulher e as duas filhas.

Além da eleição presidencial, os romenos também devem se pronunciar neste domingo em referendo sobre um projeto para reduzir de 471 para 300 o número de parlamentares e instaurar um Parlamento unicameral.

As duas partes já trocaram acusações de fraudes eleitorais em alguns centros de votação. A eleição deste domingo está sendo observada por uma missão da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e por várias ONG. Os resultados oficiais devem sair segunda-feira pela manhã.

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