Agência France-Presse
postado em 23/11/2009 10:40
JIDÁ - Mais de 2,5 milhões de muçulmanos pretendem cumprir a peregrinação às cidades sagradas sauditas de Meca e Medina, desafiando o risco da pandemia da gripe H1N1 e de eventuais manifestações de peregrinos iranianos. Sob a proteção de mais de 100 mil policiais e 20 mil membros de serviços médicos, a maior peregrinação anual do mundo chega ao ápice na quinta-feira com a reunião de fiéis no monte Arafat, perto de Meca.
Apesar dos esforços das autoridades para reduzir os riscos de contágio, as primeiras quatro mortes de peregrinos por causa da gripe suína foram anunciadas na noite de sábado. No entanto, o número de casos de contaminação - 20 anunciados sábado - está muito abaixo do que temiam as autoridades.
O porta-voz do ministério da Saúde, Khaled Marghlani, afirmou que os quatro peregrinos falecidos - uma marroquina, um sudanês e um indiano, todos com 75 anos, e uma nigeriana de 17 - tinham problemas de saúde que os tornavam particularmente vulneráveis à gripe.
As autoridades do reino, onde 70 pessoas morreram e 7 mil foram contaminadas pelo vírus, recomendaram a vacinação aos peregrinos e aumentaram as medidas de prevenção.
Em maio, a Arábia Saudita organizou uma conferência de especialistas e desde então também aumentou o número de leitos nos hospitais próximos à região da peregrinação, ao mesmo tempo que armazenou 1,5 milhão de doses de Tamiflu. Ao mesmo tempo, as autoridades sauditas temem que os 65 mil peregrinos iranianos eperados na multidão organizem na próxima sexta-feira a tradicional manifestação contra os Estados Unidos.
Neste sentido, o governo advertiu contra qualquer manifestação política durante a peregrinação. Em 1987, um protesto de peregrinos iranianos deu início a confrontos que deixaram mais de 400 mortos.
As autoridades também estão em alerta para a ameaça da Al-Qaeda, depois do atentado frustrado contra o diretor da luta antiterrorista, príncipe Mohammed Ben Nayef, em seu palácio de Jidá no mês de agosto.
Mas o maior perigo continua sendo o de uma avalanche humana provocada pelo pânico, como a que matou 364 pessoas em 2004. Uma ponte de 950 metros de comprimento, 80 metros de largura e cinco andares foi construída, ao custo de US$ 1,2 bilhão, para evitar este risco durante o ritual de apedrejamento das pilastras que representam satã.