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Procuradora quer longa pena de prisão para autoridade do Khmer Vermelho

Agência France-Presse
postado em 24/11/2009 09:38
PHNOM PENH - Apenas uma longa pena de prisão pode punir os crimes cometidos por Douch, o diretor da prisão de Tuol Sleng de Phnom Penh durante o regime do Khmer Vermelho, afirmou uma das procuradoras do tribunal internacional que o julga. "Somente uma longa pena de prisão deve ser pronunciada contra ele", completou a procuradora, que definiu Douch como "a eficácia sem piedade personificada", declarou Chea Leang. Douch, de 67 anos e cujo nome verdadeiro é Kaing Guek Eav, é julgado por crimes de guerra e contra a humanidade por seu papel como diretor da prisão conhecida como S-21, na qual 15 mil pessoas foram torturadas antes de ser executadas entre 1975 e 1979. Das cinco autoridades do regime khmer detidas atualmente, Douch é o primeiro a ser julgado e o único que colaborou com a justiça durante o processo. Mas em seus depoimentos afirma que agiu por medo de ser assassinado e negou o papel político que a promotoria atribuiu a ele durante o regime khmer, o que foi rejeitado pelos advogados das vítimas. "A cooperação com o tribunal e suas supostas confissões sinceras são incompletas", declarou Kong Pisey, um dos advogados. "A estratégia de defesa do acusado de negar qualquer envolvimento pessoal na tortura e nos assassinatos é um fracasso". O tribunal apresentou provas irrefutáveis da responsabilidade de Douch, zeloso servidor do projeto de sociedade delirante do regime de Pol Pot, que matou dois milhões de pessoas, ou seja, quase 25% da população do Camboja. Também nesta terça-feira, o primeiro-ministro cambojano Hun Sen afirmou que os países ocidentais devem pedir desculpas pelo apoio que deram ao regime khmer após sua queda. Ele fez referência às sanções aplicadas contra o governo pró-vietnamita instalado em Pnom Penh em 1979, após a queda do Khmer Vermelho. Hun Sen assumiu o cargo de premier do país em 1985, mas a comunidade internacional manteve o reconhecimento do Khmer Vermelho como governo legítimo do país até 1991.

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