Agência France-Presse
postado em 24/11/2009 18:45
Quinze repressores argentinos começaram a ser julgados nesta terça-feira por graves violações aos direitos humanos cometidas contra 181 presos políticos, levados a três centros ilegais de detenção de Buenos Aires durante a ditadura (1976-83).
[SAIBAMAIS]Estão sendo acusados militares e policiais que agiram nos centros de torturas Club Atlético, El Banco e El Olimpo, sob a jurisdição do então Primeiro Corpo do Exército, a maior unidade militar argentina, que abrangia a capital e a província de Buenos Aires, a zona urbana mais povoada do país.
O julgamento precede em quase três semanas o processo contra os repressores que atuaram na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), também localizada em Buenos Aires, e que foi considerada o centro de torturas emblemático do regime militar, para onde foram levados 5.000 prisioneiros, a maioria desaparecidos.
"Bem-vindos ao olimpo dos deuses", dizia com cinismo um cartaz na entrada de El Olimpo, por onde, estima-se, tenham passado 1.500 prisioneiros.
O processo tentará demonstrar que existiu "um plano criminoso global" contra os opositores durante a ditadura, que deixou 30.000 desaparecidos, segundo os denunciantes.
Os 15 acusados, entre eles dez policiais e cinco militares, entraram algemados e escoltados na sala de audiências do Tribunal Federal Oral 2 e se sentaram em duas fileiras em total silêncio, perto de onde estavam os que entraram com a queixa, vários deles filhos de desaparecidos, constatou a AFP.