Agência France-Presse
postado em 24/11/2009 21:31
A oposição argentina quer que Aníbal Fernández, chefe de Gabinete da presidência, esclareça no Congresso a presença na Casa Rosada do empresário americano-venezuelano acusado de levar 800 mil dólares do governo de Hugo Chávez para a campanha presidencial de Cristina Kirchner, no chamado caso da mala.
[SAIBAMAIS]Os blocos da oposição apresentaram dois pedidos de interpelação após Fernández admitir que em 2007 o empresário americano-venezuelano Guido Antonini Wilson esteve em um ato na Casa Rosada.
Fernández, na época ministro do Interior, negava a presença de Wilson na Casa Rosada e atribuía as denúncias à má-fé da oposição, mas um vídeo divulgado na segunda-feira provou que o empresário esteve no local, durante uma cerimônia do governo de Nestor Kirchner.
Antonini Wilson ficou conhecido ao tentar entrar na Argentina com uma mala com 800 mil dólares, em 4 de agosto de 2007, e ser detido pela alfândega do aeroporto metropolitano Jorge Newbery. O incidente ocorreu em plena campanha eleitoral de Cristina Kirchner.
Ao que parece, Wilson participou de um ato na Casa Rosada apenas dois dias após ter tentado entrar na Argentina com a mala de dólares, supostamente enviada pelo governo Chávez para apoiar a campanha eleitoral de Cristina Kirchner, que em outubro do mesmo ano foi eleita presidente, substituindo o marido, Néstor Kirchner.
A oposição quer saber por que motivo o registro da presença de Wilson "desapareceu" dos arquivos da Casa Rosada e porque Fernández sempre negou a visita do empresário ao local, até ser desmentido pelo vídeo.
A Justiça argentina investigou o "caso da mala" como contrabando e pediu aos Estados Unidos a extradição de Antonini, atual colaborador do FBI.
"Quando vi o vídeo determinei uma investigação interna" para saber porque não figura nos registros de controle da Casa de Governo a entrada de Antonini Wilson, disse Fernández à imprensa após a divulgação das imagens pela imprensa.
Antonini Wilson, residente em Miami, terminou como colaborador do FBI e gravou telefonemas que levaram à condenação nos Estados Unidos do venezuelano Franklin Durán, que agiu nos EUA para encombrir o suposto envio de dinheiro do governo Chávez para a campanha de Cristina Kirchner.
A condenação de Durán gerou atritos entre Washington e os gobernos de Argentina e Venezuela.