Agência France-Presse
postado em 27/11/2009 12:27
VIENA - O Irã afirmou nesta sexta-feira (27/11) que a condenação da política nuclear do país pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) constitui uma "ameaça" para o processo de um diálogo construtivo, além de ter destacado que estuda fórmulas alternativas para o enriquecimento de seu urânio.[SAIBAMAIS]"A condenação ameaça um processo construtivo nas negociações, destinadas a acalmar as inquietações das grandes potências sobre as intenções do programa nuclear da República Islâmica", declarou o embaixador iraniano na AIEA, Ali Asghar Soltanieh. O diplomata ameaçou na quinta-feira limitar ao mínimo as relações entre Teerã e a agência nuclear da ONU no caso de uma condenação ao Irã.
Soltanieh disse ainda que o país estuda agora "outras opções" para o enriquecimento de urânio, como alternativa à proposta do diretor geral da AIEA, Mohamed ElBaradei. "O tempo é um fator essencial. Se não recebermos uma resposta positiva a nosso pedido de enriquecimento de urânio, podemos esperar", disse. Mas destacou que a resolução aprovada pela AIEA "não acarretará na retirada iraniana do Tratado de Não Proliferação Nuclear".
ElBaradei havia proposto que 70% do urânio levemente enriquecido do Irã fosse submetido a um processo de enriquecimento maior na Rússia, para depois ser transformado na França em combustível nuclear destinado a um reator de pesquisa científica em Teerã.
Uma "modalidade alternativa" contemplava um armazenamento intermediário do urânio na Turquia, um país amigo tanto do Irã como das grandes potências que concordaram com o projeto.