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Referendo suíço sobre símbolos islâmicos gera polêmica

Agência France-Presse
postado em 27/11/2009 13:43
GENEBRA - A direita populista suíça pediu aos eleitores que digam 'não' no referendo de domingo à construção de minaretes no país, por considerar que as torres das mesquitas são símbolo do poder político do Islã. O secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Ekmeleddin Ihsanoglu, se declarou diplomaticamente convencido de que o povo suíço tomará a melhor decisão e advertiu que essa medida pode gerar incompreensão no exterior e danificar a imagem da Suíça. Os partidários da proibição forçaram nas cores de sua campanha: sua propaganda mostra uma mulher usando burca e ante uma bandeira suíça coberta por minaretes, cujas silhuetas lembram mísseis. "Esta imagem atiça o ódio", denunciou a Comissão Federal contra o Racismo (CFR), enquanto que o Comitê de Direitos Humanos da ONU expressou sua preocupação ante esses "anúncios sinistros". Essa campanha também divide o país, pois algumas cidades a proibiram, enquanto outras preferem não limitar o direito de expressão. O governo e os grandes partidos políticos, da esquerda até a centro-direita, pediram solenemente aos suíços que rejeitem o projeto de proibição, que seria contrário aos direitos humanos e colocará em riso a paz religiosa, segundo advertiu a ministra da Justiça, Eveline Widmer Schlumpf. O Conselho Suíço de Religiões, que agrupa dirigentes das igrejas cristãs e das comunidades judias e muçulmanas, também condenou a iniciativa da direita populista. Segundo as últimas estatísticas governamentais, na Suíça há 400 mil muçulmanos, 50 mil deles praticantes, em uma população de 7,5 milhões de habitantes. O Islã é a segunda religião do país depois do cristianismo. Até o momento, quatro minaretes foram construído na Suíça junto a mesquitas. As pesquisas apontam para uma rejeição da proposta de 53% dos votos.

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