ESTORIL, 29 novembro 2009 (AFP) - Os chanceleres da Comunidade Iberoamericana inauguraram neste domingo sua cúpula em Estoril, Portugal, manifestando suas diferenças sobre a legitimidade das eleições hondurenhas.
"Os chanceleres apresentaram as distintas posições dos distintos governos em busca de uma solução de consenso que será trabalhada nesta segunda-feira", declarou o secretário iberoamericano Enrique Iglesias, depois do encontro de ministros das Relações Exteriores prévio ao início da cúpula.
Portugal, anfitrião e presidente do encontro, ficou encarregado de preparar um texto, segundo o vice-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em referência a uma proposta de declaração comum sobre as eleições hondurenhas.
Uma posição comum de reconhecimento ou recusa da legitimidade dessas eleições depende da posição dos presidentes, segundo ainda Iglesias.
O chanceler argentino Jorge Taiana declarou, por sua vez, que esta cúpula deve fazer uma expressa condenação ao golpe de Estado.
Segundo Taiana, esta posição, que foi defendida por Patricia Rodas, chanceler do presidente hondurenho deposto, Manuel Zelaya, é apoiada pelo Brasil, Espanha, Equador, Bolívia, Paraguai, Guatemala e Cuba.
No lado oposto, o chanceler do Panamá, Juan Carlos Varela, afirma que há países que veem nessas eleições um avanço importante. "Ao não reconhecê-las, ficaríamos para trás e temos que avançar nesta crise", explicou, achando que será difícil chegar a um consenso na cúpula.
Os chanceleres levarão suas conclusões aos presidentes, que emitirão uma declaração sobre a legitimidade das eleições hondurenhas.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, confirmou que seus colegas debaterão o tema de Honduras durante um encontro a portas fechadas nesta segunda-feira.
A XIX Cúpula Iberoamericana, centrada no tema do Inovação e Conhecimento, vai aprovar na terça-feira a Declaração de Estoril, que lançará o projeto "Iberoamérica Inova", promovido pelo Brasil, Espanha e Portugal, para impulsionar projetos de inovação no setor empresarial.
Também adotará outras declarações, entre elas sobre a cúpula do clima de Copenhague.