A OMC determinou a retirada dos subsídios pelos Estados Unidos, mas a decisão não foi acatada pelo governo americano, o que deu ao Brasil o direito de retaliar.
No último dia 23, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reclamou da falta de atenção dos Estados Unidos às discussões referentes à Rodada de Doha e às questões dos subsídios agrícolas. Garcia fez ecoar o sentimento dos negociadores brasileiros.
Em nota divulgada hoje (30), o Ministério das Relações Exterior reiterou a confiança do governo brasileiro de encontrar soluções políticas e técnicas para minimizar as pendências referentes aos subsídios agrícolas impostos aos países em desenvolvimento.
Para os integrantes do G-20, é fundamental consolidar as discussões em nível multilateral para reforçar as reações aos efeitos de crises econômicas mundiais como a que recentemente afetou a todos.
;Os Ministros do G-20 reiteraram a centralidade da Agricultura na Rodada Doha. A Agricultura determinará o nível de ambição da Rodada. Observaram que o comércio internacional tem sido seriamente afetado pela crise econômica mundial;, diz a nota.
Segundo o documento, ;a crise mostrou os riscos de todas as formas de protecionismo, incluindo os substanciais subsídios distorcivos dos países desenvolvidos;
;Sem os meios necessários para permitir pacotes de estímulo ou programas de resgate econômico, os países em desenvolvimento são afetados desproporcionalmente e arcam com as conseqüências de qualquer erosão da confiança na estabilidade do sistema multilateral de comércio. A crise também destacou a importância e o valor de um sistema de comércio multilateral baseado em regras e orientado para o desenvolvimento;.
Para Brasil e os demais negociadores internacionais, é essencial dar continuidade às conversas da Rodada de Doha:
;Concluir a Rodada Doha poderia resultar em uma vitória tripla: reforçar a confiança no sistema multilateral de comércio, proteger contra o aumento do protecionismo e impulsionar a economia global, reduzindo suas assimetrias;.
O governo brasileiro tem endurecido no que diz respeito à imposição de sobretaxas aos produtos nacionais. Antes de decidir aplicar sanções aos Estados Unidos em decorrência do subsídio ao algodão, o governo divulgou que vai retaliar os norte-americanos em 222 produtos, que devem receber uma sobretaxa quando forem importados dos Estados Unidos.