Agência France-Presse
postado em 02/12/2009 12:20
BRUXELAS - O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, pediu nesta quarta-feira (2/12) aos aliados que se somem ao esforço de 30 mil soldados que os Estados Unidos anunciaram para o Afeganistão, afirmando contar agora com um reforço de 5 mil militares não-americanos extras.
"Posso confirmar que os aliados (membros da Otan) e nossos sócios farão uma contribuição extra significativa, de pelo menos 5 mil soldados, e provavelmente algumas centenas a mais", declarou, em Bruxelas, o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen.
Esta cifra de soldados suplementares já havia sido antecipada na semana passada por fontes militares. "Neste momento importante, a Otan deve demonstrar sua unidade e sua força uma vez mais", afirmou Rasmussen. "Trata-se de um combate comum", acrescentou. Mas Rasmussen advertiu sobre a necessidade de um equilíbrio entre países: com 35 mil soldados extras, os efetivos militares estrangeiros no Afeganistão totalizarão 148 mil, dois terços dos quais americanos.
"É importante que a operação no Afeganistão não seja encarada apenas como uma operação americana", afirmou o secretário-geral, pedindo a todos os aliados que dividam o peso e aumentem sua contribuição militar.
Entre o contingente de reforço com que contribuirão os aliados de Washington, figuram soldados que pertencem tanto a países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como a países terceiros. Dessa forma, Coreia do Sul e Geórgia enviarão ao todo cerca de 1.500 soldados ao Afeganistão, segundo o porta-voz da Aliança, James Appathurai.
Entre os membros da Otan, Grã-Bretanha confirmou a mobilização de 500 soldados adicionais, e a Eslováquia e Macedônia prometeram uma contribuição de 250 e 80, respectivamente. A cifra de 5 mil soldados não inclui por ora os possíveis reforços que poderão ser anunciados pela Itália e Polônia.
O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, confirmou um possível ajuste do contingente de seu país no Afeganistão. "Nada diz que não será preciso ajustar novamente", afirmou Kouchner à rádio France Info, ao mencionar um eventual envio de civis, policiais e técnicos. "Veremos como vão ficar as coisas na conferência internacional sobre o Afeganistão" (prevista para 28 de janeiro em Londres), indicou.
O governo socialista espanhol, segundo o jornal El País, poderá enviar 200 militares extras ao Afeganistão atendendo a um pedido das autoridades americanos. O chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, declarou na terça que vai conversar com diferentes grupos políticos no parlamento para discutir o eventual envio de reforços.
Já o primeiro-ministro britânico Gordon Brown pediu que todos os aliados se unam ao presidente Barack Obama. "Peço que todos nossos aliados se unam à estratégia do presidente Obama. A Grã-Bretanha continuará plenamente com seu papel convicto de que outros países oferecerão tropas para a campanha no Afeganistão", declarou Brown em um comunicado.