postado em 03/12/2009 13:45
A Organização dos Estados Americanos (OEA) anuncia amanhã (4/12) a posição adotada sobre as eleições realizadas no último domingo (29/11) em Honduras e a decisão de ontem do Congresso Nacional de rejeitar a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya. O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, convocou sessão extraordinária com os 35 integrantes do órgão exclusivamente para discutir a questão hondurenha.
Diplomatas, que acompanham as discussões, afirmam que a tendência é debater a questão da reconciliação nacional de Honduras que envolveria uma espécie de governo da unidade - ou de transição. Segundo eles, há vários aspectos que dificultam a posição de legitimar o processo em curso em Honduras. O presidente eleito hondurenho, Porfirio Lobo, o Pepe, afirmou que se dispõe a incluir Zelaya neste governo de unidade.
De acordo com os negociadores brasileiros, a decisão tomada ontem pelo Congresso Nacional de Honduras - 111 deputados foram favoráveis ao afastamento de Zelaya contra 14 que votaram pela sua restituição - influenciará nas discussões. Havia um acordo anterior, de outubro, no qual Zelaya e o presidente de fato, Roberto Micheletti, comprometeram-se a devolver o cargo ao presidente deposto até o dia 17 de janeiro. Mas o acordo tinha de ser aprovado pelos parlamentares, que o rejeitaram ontem.
Para alguns governos, como o do Brasil, o retorno do presidente deposto é condição fundamental para dar continuidade aos debates de reconhecimento das eleições e o governo de Honduras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus assessores diretos afirmam que reconhecer as eleições hondurenhas é legitimar a ação do golpe de Estado ocorrido no dia 28 de junho, quando Zelaya foi deposto.
Desde o dia 21 de junho, Zelaya e um grupo de correligionários estão abrigados na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O presidente deposto reagiu à decisão do Congresso, embora, segundo interlocutores, já esperasse o resultado negativo sobre sua volta.