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Câmara dos Deputados da Argentina renova altos cargos em clima de tensão

Agência France-Presse
postado em 03/12/2009 16:17
A escolha de novos ocupantes para os cargos mais altos da Câmara dos Deputados argentina abriu nesta quinta-feira uma dura disputa política entre a base governista e a oposição, que brigam pelo futuro controle do Congresso, no dia em que os novos parlamentares tomaram posse. [SAIBAMAIS]O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), que ainda exerce forte influência no governo de sua mulher, Cristina Kirchner, será um dos 127 deputados empossados nesta quinta, de um total de 256. Centenas de partidários de Kirchner, líder do peronismo, se instalaram diante da sede do Congresso, onde crescia a tensão pela distribuição dos cargos de diretoria de estratégicas comissões da Câmara dos Deputados. A oposição tenta restringir a ação dos governistas com base no resultado das eleições legislativas de junho, quando o governo foi derrotado, mas a presidente já deixou claro que pretende brigar pelo cargos principais, como a presidência da Câmara, já que o peronismo mantém o bloco mais numeroso. Negociações febris, em meio a acusações mútuas entre governistas e opositores, tentavam aproximar posições antes da cerimônia de posse, explicaram fontes legislativas. "A oposição está tentando desestabilizar o governo", acusou o líder dos deputados governistas, Agustín Rossi. "Não vão nos assustar com ameaças, com violência", respondeu o titular do bloco da União Cívica Radical (UCR, social-democrata), Oscar Aguad, que ratificou as exigências da oposição para ocupar as vice-presidências da Câmara baixa e tirar a maioria dos deputados governistas das comissões. Federico Pinedo, do partido PRO (oposição, direita), afirmou que "aconteça o que acontecer, estamos dispostos a manter o que a população escolheu", alertando que o PRO "não vai entregar seus eleitores". Os novos parlamentares assumirão seus cargos no dia 10 de dezembro, quando chega à metade o mandato de Cristina Kirchner, que agora tenta retomar a iniciativa política após ter perdido popularidade.

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