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Congresso avalia estratégia de Obama para o Afeganistão

Agência France-Presse
postado em 03/12/2009 18:23
Os membros do governo de Barack Obama foram novamente solicitados nesta quinta-feira a explicar a estratégia do presidente para o Afeganistão a parlamentares cépticos em relação à pertinência e ao custo dos reforços e sobre a decisão de iniciar a retirada em julho de 2011. [SAIBAMAIS]"Não apoio a decisão de prorrogar e ampliar uma estratégia arriscada na região", avisou o senador democrata Russ Feingold diante do secretário da Defesa, Robert Gates, a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o chefe de Estado-Maior, Mike Mullen, reunidos para um segundo dia de audiências parlamentares. "Apoio o compromisso civil no Afeganistão e os esforços antiterroristas na região, mas não acho que seja necessário arriscar mais vidas americanas para uma guerra que já não está mais entre nossas principais prioridades em matéria de segurança nacional", acrescentou, reagindo à decisão de Obama de enviar mais 30.000 soldados ao Afeganistão em nome do "interesse nacional" dos Estados Unidos. O presidente americano também aprovou a mobilização de outros 3.000 soldados (equipes médicas e de neutralização de minas) para auxiliar estes reforços, destacou Gates. "Estamos diante de escolhas difíceis, mas o plano do presidente é o melhor caminho para proteger nosso país hoje e no futuro", garantiu Hillary Clinton durante esta audiência na Comissão das Relações Exteriores do Senado. Os republicanos do Congresso concentraram suas críticas no custo deste novo esforço no Afeganistão, avaliado em 30 bilhões de dólares, e na definição de uma data para o início da retirada, que pode segundo eles favorecer os talibãs e a Al-Qaeda. "Cabe ao Congresso e aos americanos decidir se esta estratégia tem chances reais de sucesso, e se as metas definidas valem vidas americanas e afegãs e o custo estabelecido", destacou o senador republicano Richard Luger. "O inimigo vai pegar seu calendário e sublinhar a data de julho de 2011", avisou por sua vez o senador republicano James Risch, reproduzindo críticas emitidas na véspera pelo senador John McCain. "Temos que enviar ao governo afegão a mensagem de que as forças armadas americanas não vão protegê-lo para sempre, e que os afegãos precisam fazer o máximo para assumir rapidamente a responsabilidade da segurança em seu país", argumentou Gates. Além disso, nenhuma data para a retirada das últimas tropas americanas mobilizadas no Afeganistão ainda foi definida. Assim, o número de militares que deixarão este país em 2011 "pode ser muito limitado", destacou o almirante Mullen em declarações à rede CBS. "O presidente nos pediu para começar a transferir a responsabilidade da segurança deste país às forças nacionais afegãs em julho de 2011. No entanto, não existe nenhuma previsão sobre o tempo que isso vai levar. Não foi dada nenhuma instrução sobre o número de soldados envolvidos (na retirada)", comentou. Robert Gates ainda frisou que "os Estados Unidos seguirão apoiando o desenvolvimento das forças afegãs no longo prazo". "Não podemos repetir os erros de 1989, quando abandonamos o país e o deixamos cair nas mãos dos talibãs", justificou.

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