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Governo brasileiro aguarda desdobramentos em Honduras para reavaliar sua posição

postado em 03/12/2009 18:39
A negativa do Congresso Nacional de restituir ao poder o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, abre uma brecha para que o governo do Brasil reveja a sua posição de não reconhecer as eleições do último domingo (29/11). A estratégia do Itamaraty é a de aguardar eventuais mudanças na política interna hondurenha para tomar a decisão. Diplomatas que acompanham as discussões sinalizam que serão observadas ainda as manifestações da Organização dos Estados Americanos (OEA) e dos demais países da região.

[SAIBAMAIS]Os negociadores brasileiros dizem que o país se dispõe a reavaliar a sua decisão desde que as autoridades de Honduras demonstrem que respeitam os princípios democráticos. Os diplomatas chamam este processo de batismo democrático.

Os articuladores brasileiros não têm pressa, segundo os diplomatas. O objetivo é examinar eventuais mudanças no cenário interno de Honduras e analisar seus desdobramentos políticos, para depois anunciar uma possível mudança de posição.

Nesta segunda (2/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, reiteraram que a posição do governo brasileiro é a de negar a legitimidade do processo eleitoral hondurenho, sem reconhecer o presidente eleito, Porfirio ;Pepe; Lobo. No entanto, ambos sinalizaram que é necessário dar um prazo para avaliar os fatos em Honduras.

Nesta sexta-feira (4/12) a OEA se reúne extraordinariamente para definir uma posição oficial sobre as eleições hondurenhas e a respeito da decisão de ontem do Congresso de rejeitar a volta de Zelaya - 111 deputados foram favoráveis ao afastamento de Zelaya e apenas 14 votaram pela sua restituição. Para as autoridades estrangeiras, o ideal teria sido o cumprimento do acordo autorizando o retorno do presidente deposto.

De acordo com os negociadores internacionais, é fundamental, ainda, debater a questão da reconciliação nacional em Honduras que envolveria uma espécie de governo da unidade ; ou de transição.

Zelaya foi deposto por um golpe de Estado articulado pelo Congresso, a Suprema Corte e as Forças Armadas no dia 28 de junho. Ele deixou o país e depois no dia 21 de setembro retornou a Tegucigalpa. Desde então, ele e um grupo de correligionários estão abrigados na embaixada do Brasil na capital de Honduras.

O prédio da embaixada está cercado por militares, há limitações para a entrada de pessoas, alimentos e de qualquer tipo de material, e a tensão é permanente. As autoridades brasileiras reafirmaram que o presidente deposto pode ficar na embaixada o tempo que considerar necessário porque ele é hóspede do Brasil.

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