Agência France-Presse
postado em 04/12/2009 13:43
CONAKRY - O chefe da junta na Guiné, Moussa Dadis Camara, que sobreviveu quinta-feira a uma tentativa de assassinato por parte de seu próprio tenente, teve de ser evacuado para o Marrocos nesta sexta-feira (4/12) para ser internado, mas se encontra bem, segundo fontes oficiais em Conakry.
A incerteza paira sobre a sorte de seu tenente, Aboubacar Sidiki Diakité, mais conhecido como Toumba, acusado de ter atirado em seu chefe. Um ministro admitiu, porém, que ele ainda não foi detido, contrariando as primeiras informações oficiais.
"O capitão Camara foi evacuado para o Marrocos", afirmou um ministro guineano, o comandante Keletigui Faro. A informação foi confirmada em seguida pelo porta-voz do chefe da junta, Idrissa Cherif. "O chefe de Estado está bem. Ele tomou seu café da manhã e reuniu seus chefes de estado-maior", declarou.
A junta já informara quinta-feira que Camara estava bem, recusando-se a comentar os rumores segundo os quais o capitão teria sido atingido na cabeça. No entanto, uma fonte do governo do Senegal se referiu a "um ferimento relativamente profundo", e um militar de Burkina Faso afirmou que o capitão guineano "foi atingido na cabeça por estilhaços de balas".
"Como o procedimento é delicado, ele não quis ser operado em Conakry", acrescentou este oficial, frisando que Camara foi levado ao Marrocos num avião fretado pelo presidente de Burkina Faso, Blaise Compaoré, encarregado de uma missão de mediação na Guiné.
O Senegal também tinha enviado um avião com equipamentos médicos a Conakry, mas o aparelho acabou retornando sem o chefe da junta guineana.
Toumba, o suposto agressor, se encontrava nesta sexta-feira "em um local seguro", segundo seus colaboradores, que não quiseram dar mais detalhes.
O capitão Moussa Dadis Camara fora instalado no poder pelo exército da Guiné no dia 23 de dezembro do ano passado, no dia seguinte à morte do ditador Lansana Conté, que dirigiu o país com mão-de-ferro entre 1984 e 2008. Camara se apresenta como um "pequeno capitão, que foi escolhido por Deus" para governo seu país.
"Candidato à presidência? Não! Nunca me animei com a ambição do poder", afirmou, em dezembro passado, depois da morte de Conté.