BUCARESTE, 5 dezembro 2009 (AFP) - Os romenos irão às urnas no próximo domingo para eleger seu novo presidente para um mandato de cinco anos, com a esperança de sair da crise política que há dois meses paralisa o país, afundado também em uma das piores recessões da Europa.
A três semanas do Natal - para o qual metade dos romenos não comprará árvores e enfeites este ano para economizar, segundo uma pesquisa do instituto Mednet -, os eleitores deverão optar entre o atual presidente de centro-direita Traian Basescu e o ex-diplomata social-democrata Mircea Geoana.
Apesar dos dois terem registrado resultados muito próximos no primeiro turno (32,44% dos votos para Basescu e 31,15% para seu rival), Geoana é considerado favorito, devido à aliança que fechou com os liberais, terceira maior força política do país, e com o partido da minoria húngara (UDMR).
Segundo uma pesquisa publicada esta semana pelo Instituto Insomar, Geoana deve sair das urnas vitorioso com 54% dos votos.
No entanto, "não se pode dizer que a sorte está definida", estima o analista político Cristian Parvulescu, apontando a reticência de muitos romenos ao declarar suas intenções de voto aos pesquisadores.
Seja como for, a tarefa do próximo chefe de Estado será difícil. Depois de um período de euforia econômica, com taxas de crescimento de 5% e até 8% em meados dos anos 2000, a Romênia desperta agora com uma forte ressaca: nos nove primeiros meses de 2009, o país registrou uma recessão de 7,4% .
Ao mesmo tempo, o desemprego se agravou, chegando a 7,1%, e a válvula de escape da imigração continua funcionando: 2,5 milhões de romenos vivem atualmente no exterior.
A Romênia evitou a bancarrota graças a um empréstimo de 20 bilhões de euros concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pela União Europeia (UE) e pelo Banco Mundial.
Mas este recurso de urgência pode não dar conta do problema, já que o FMI e a UE decidiram suspender em novembro a terceira parcela do empréstimo, esperando pela formação do novo governo.
A razão desta suspensão é que, desde a queda da coalizão formada pelo Partido Social-Democrata (PSD) de Geoana e pelo Partido Democrata Liberal (PDL) de Basescu, em 1; de outubro, a Romênia é governada por executivo interino.
Se eleito, Geoana promete concluir a formação do novo governo antes do Natal.