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Bolivianos lamentam ausência à votação por atraso em vôo

postado em 06/12/2009 15:56
Assunção (Paraguai) - Bolivianos que não puderam votar nas eleições deste domingo (6) lamentaram a ausência em entrevista à Agência Brasil. Eles ficaram impossibilitados de participar do processo eleitoral porque não conseguiram chegar a La Paz devido a um problema na conexão de um vôo que saiu de São Paulo, ontem (5) à noite, com atraso.

;Isso tem consequências, primeiro porque não poderemos exercitar nosso direito de cidadão ao voto. Segundo, porque há uma sanção que estabelece que quem não vota não poderá exercer transações bancárias; terei de passar por um trâmite para mostrar que não votei por essa circunstância;, explicou o economista Napoleón Pacheco.

Segundo o fotógrafo Antonio Soares, o prejuízo não é só como cidadão, mas também econômico, já que pretendia fotografar as eleições e vender para veículos de imprensa. ;Perco um dia de trabalho, não poderei votar e perderei tempo indo à Corte para mostrar que estava de viagem;, disse. Na sua opinião, a eleição de hoje ;é uma das mais importantes porque o país estava muito polarizado e talvez vá ajudar a acalmar um pouco os ânimos;.

Para o jornal La Razon, de La Paz, as eleições de hoje são uma das mais importantes da história do país, não só por seu componente político, mas também histórico: é a eleição com o maior número de eleitores registrados, será a primeira em que votarão os bolivianos residentes fora do país (no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos e na Espanha) e também a primeira que ocorre tendo como base um moderno padrão biométrico em que foi necessário cadastrar todos os eleitores por meio de fotos e assinatura digital..

O jornal La Prensa também chamou as eleições de históricas, destacando que vão colocar em marcha no país ;um novo Estado; em que a nova Assembléia Plurinacional deverá aprovar mais de 100 leis, entre elas as que dizem respeito ao regime eleitoral e preveem um novo modelo econômico, controlado pelo Estado e reconhecendo a economia coletiva ou comunitária.

Em abril deste ano, a Bolívia enfrentou um período de muita tensão, que incluiu até uma greve de fome do presidente Evo Morales para pedir a aprovação da Lei de Regime Eleitoral Transitório que antecipou as eleições presidenciais para hoje. Os bolivianos de cinco regiões do país (Chuquisaca, Cochabamba, La Paz, Oruro e Potosi) também decidem, neste domingo, se desejam a autonomia dos estados.

Representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia estiveram ontem (5) em La Paz conversando com o presidente Evo Morales. Eles disseram esperar, segundo a imprensa do Palácio do Governo, um clima de tranquilidade nas eleições.

De acordo com o Palácio, o chefe da missão de observadores da OEA na Bolívia, Horacio Serpa, elogiou o processo eleitoral e disse que ele ;reflete a maturidade da democracia entre os cidadãos;.

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