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Aiatolá Khamenei diz que ocidentais não podem isolar Irã

Agência France-Presse
postado em 06/12/2009 17:00

TEERÃ - Os ocidentais "não conseguirão isolar o Irã" em represália à questão nuclear, afirmou neste domingo o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, que fez duras críticas, em particular aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha.

Falando para milhares de simpatizantes do regime por ocasião da celebração xiita de Ghadir, Khamenei afirmou que "os dirigentes ocidentais, alguns sob a influência dos sionistas, não fazem outra coisa senão mentir" sobre o programa nuclear iraniano.

"Os Estados Unidos estão à frente de nossos inimigos, e a Grã-Bretanha é o mais abominável deles", acrescentou.

"Os Estados Unidos, os sionistas e outros países opressores tentaram isolar o Irã durante 30 anos, mas não conseguiram. E, se Deus permitir, não conseguirão", concluiu o aiatolá.

Khamenei, líder supremo que dá a última palavra em todos os assuntos de interesse nacional no Irã, afirmou que os países ocidentais liderados pelos EUA mentem ao dizer que o programa nuclear iraniano tem como objetivo o desenvolvimento de armas atômicas.

"Pedimos a eles que parem de mentir e, como dissemos no passado, a nação iraniana está em busca de tecnologia nuclear. Se não alcançarmos isso hoje, então amanhã, quando a economia mundial for orientada pela energia nuclear, teremos ficado para trás", destacou o clérigo, reafirmando as intenções iranianas de dar continuidade a seu polêmico programa nuclear.

"A nação iraniana quer alcançar (o domínio da tecnologia nuclear) para que não precise implorar aos ocidentais daqui a 20 ou 30 anos. Mas os ocidentais, através de uma campanha falsa, estão tentando nos impedir", afirmou.

Pedindo união, Khamenei disse que, quando "os poderes opressivos fracassam em seu objetivo contra um país através de ameaças de ação militar ou sanções, então eles começam a dizer que há uma divisão dentro daquele país".

"Temos que ter cuidado, porque o inimigo fará propaganda para dizer que há uma divisão", completou.

As tensões em torno do programa nuclear iraniano aumentaram nas últimas semanas, depois do fracasso de um acordo de alto nível proposto pelas potências ocidentais e rejeitado por Teerã, mediado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Para piorar, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, anunciou que pretende construir dez novas usinas de enriquecimento de urânio no país.

Neste domingo, a França fez um novo apelo por sanções mais duras contra o Irã, em represália à falta de colaboração do país.

"Chegou o momento de buscar sanções mais firmes contra o Irã", declarou o secretário de Estado para Assuntos Europeus Pierre Lellouche, em entrevista à estação de rádio judaico francesa Radio J.

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