postado em 08/12/2009 09:26
O Brasil fará o possível para restabelecer o diálogo do Irã com os países ocidentais. A afirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao chegar nessa segunda-feira (7/12) para a 38ª Reunião de Cúpula do Mercosul. Segundo ele, houve um diálogo interessante entre o Irã e os países ocidentais envolvidos nesse processo, que foi interrompido.
[SAIBAMAIS]"O que pudermos fazer para que esse diálogo seja retomado, numa base que seja justa e considerada politicamente aceitável pelos dois lados, nós faremos. Mas se isso será possível, só o futuro dirá".
De acordo com Amorim, a questão nuclear foi um dos assuntos tratados durante sua visita ao Irã, na última semana. Países ocidentais como os Estados Unidos criticam o Irã por suspeitar que o programa nuclear do país não tem fins pacíficos, mas o Irã nega.
O ministro disse que em 2010 haverá uma grande oportunidade para o desarmamento nuclear, já que será feita a revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
"Vamos ter agora (em 2010) uma oportunidade, com a revisão do Acordo do TNP, de os países que detém armas nucleares mostrar sua sinceridade em relação ao desarmamento, adotando passos efetivos, e isso ajudará a combater a proliferação, que nós também combatemos", disse o ministro.
O chanceler brasileiro se disse contrário à repressão de manifestações e à condenação à pena de morte que ocorrem no Irã, assim como o Brasil condena atos de violência e repressão em qualquer país.
"Mas há maneiras e maneiras de se discutir o assunto. Se você quer apenas colocar um diploma na sua parede dizendo que condenou, é uma maneira. Se quer contribuir para mudar uma situação, você age de maneira diplomática, que é mais discreta".