Agência France-Presse
postado em 08/12/2009 16:53
O diretor do combate ao narcotráfico em Honduras, o general da reserva Julian Arístides González, foi assassinado nesta terça-feira por desconhecidos quando circulava de carro em uma rua muito frequentada de Tegucigalpa, informou a polícia.
[SAIBAMAIS]González, um general que deixou o exército nos anos 90, ocupava há cinco anos o cargo de chefe da Diretoria de Luta contra o Narcotráfico do Ministério Público de Honduras e se esforçava por aplicar uma política linha-dura contra os traficantes, apesar da escassez de recursos.
O general foi "baleado por dois homens de motocicleta quando estava em seu carro na rua El Guacanaste", no nordeste de Tegucigalpa, às 07H00 locais (11H00 de Brasília), declarou à AFP o porta-voz policial Daniel Molina.
Segundo um detetive que esteve no local do crime, González estava sozinho em seu veículo quando foi baleado várias vezes por dois indivíduos de motocicleta, que fugiram logo em seguida.
O assassinato de González, ocorrido em um país que tem uma das mais altas taxas de homicídios da América Latina, aconteceu num momento em que o regime de fato de Honduras e o recém-eleito presidente Porfirio Lobos tentam obter um reconhecimento internacional e superar o isolamento em que se encontra o país desde o golpe de Estado de 28 de junho.
Como todos os países da América Central, Honduras é considerado um ponto de passagem das drogas entre a América do Sul e a América do Norte.
"O cargo (de González) era de alto risco", comentou o promotor David Urtecho. "Infelizmente não temos as ferramentas necessárias para combater o crime", lamentou.
A unidade comandada por González, que se dedicava a investigações e atuava em coordenação com a polícia em operações antidrogas, ficou praticamente sem recursos quando os Estados Unidos suspenderam a ajuda a Honduras após o golpe de Estado que derrubou o presidente Manuel Zelaya, refugiado até hoje na embaixada brasileira em Tegucigalpa.
De acordo com diversas fontes, o problema da violência ligada ao narcotráfico se agravou porque a polícia e o exército estão sendo mobilizados para reprimir distúrbios decorrentes da crise política em detrimento do combate ao crime.