Agência France-Presse
postado em 09/12/2009 17:12
A entrega, na quinta-feira, do Prêmio Nobel da Paz ao presidente americano, Barack Obama, que acaba de intensificar os esforços de guerra no Afeganistão, continua dividindo opiniões entre aqueles que consideram o prêmio injustificado e os que o defendem.
[SAIBAMAIS]O comitê Nobel causou estupor no planeta - e no próprio Obama - no dia 9 de outubro, quando anunciou o vencedor de seu prêmio. Afinal, o presidente americano havia chegado ao poder há menos de nove meses e ainda está afundado até o pescoço em duas guerras, deixadas por seu predecessor.
Dois meses depois, muitos consideram a escolha do comitê prematura, e mesmo injustificada.
Uma pesquisa publicada na terça-feira nos Estados Unidos pela Universidade de Quinnipiac mostra que dois em cada três americanos consideram que seu presidente não merece o Nobel da Paz.
Na Noruega, onde os preparativos avançam para a cerimônia de entrega dos prêmios, marcada para quinta, as reações variam.
Segundo uma pesquisa publicada nesta quarta pelo jornal Verdens Gang (VG), apenas 35,9% dos noruegueses - eram 42,7% há dois meses - acham que Obama merece o prêmio, contra 33,5% que consideram o contrário.
No dia 1º de dezembro, Obama anunciou oficialmente que mandaria mais 30.000 soldados para o Afeganistão, o que aumetará o efetivo americano no país para 100.000 homens. O anúncio obrigou o Comitê Nobel a justificar mais uma vez sua opção pelo presidente americano.
"A maioria dos presidentes precisa lidar com conflitos, inclusive guerras", declarou o secretário do comitê, Geir Lundestad, à rádio NRK.
"Mas o que Obama tentou fazer é comprometer-se de uma nova maneira em matéria de política externa, destacando a cooperação internacional, a ONU, o diálogo, a negociação, a luta contra as mudanças climáticas e o desarmamento, e isso foi decisório" para a seleção do júri.
A Casa Branca informou que Obama tentará justificar sua decisão no discurso de agradecimento ao Comitê Nobel na quinta-feira.