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Chanceler chileno ameniza decisão peruana de comprar tanques e aviões de guerra

postado em 10/12/2009 14:42
O ministro das Relações Exteriores do Chile, Mariano Fernández, amenizou nesta quinta-feira (10/12) a iniciativa do governo do Peru de comprar tanques de guerra da China e aviões de combate do Brasil. O Chile e o Peru vivem em conflito territorial e frequentemente trocam acusações. Fernández preferiu, no entanto, o tom diplomático ao tratar do assunto. "Não me parece uma iniciativa irresponsável. Não sentimos isso como uma ameaça", afirmou Fernández. "Não vejo isso como um problema", acrescentou ele, durante evento destinado à imprensa estrangeira organizado pela Fundación Imagen de Chile, ligada ao governo chileno. O seminário reúne intelectuais e integrantes do governo em um dia de debates intitulado Eleições no Chile: 20 Anos de Democracia, 200 Anos de Independência. O objetivo é fazer um balanço das duas décadas da centro-esquerda no poder. O evento ocorre em um hotel em Santiago, capital do país. Para o chanceler chileno, o fundamental é que todos os governos se esforcem por um objetivo comum: "Temos um desafio. Os desafios do século 21 exigem uma América Latina unida e integrada". De acordo com informações do governo do Peru, os aviões que serão comprados do Brasil, fabricados pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), vão ser usados no combate ao tráfico de cocaína. Segundo os peruanos, é necessário ainda substituir os tanques fabricados pela antiga União Soviética, nos anos 70. No mês passado, o governo e o Congresso Nacional do Peru ameaçaram recorrer contra o Chile à Interpol (polícia internacional), à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e à Organização de Estados Americanos (OEA). O estopim para a ameaça do Peru contra o Chile foi a suspeita de que o militar Victor Ariza Mendoza, detido desde outubro, seria espião e responsável pelo repasse de informações sigilosas referentes a temas estratégicos, além de conduzir a venda de dados sobre o sistema de defesa peruano.

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