Agência France-Presse
postado em 12/12/2009 13:43
O governador de fato de Honduras, Roberto Micheletti, negou sexta-feira o pedido da Costa Rica e do Panamá para que deixasse o poder até 27 de janeiro, dia da posse do presidente eleito Porfirio Lobo, para facilitar que a comunidade internacional reconheça as eleições.
"Minha estadia na presidência da República é curta, apenas sete meses, que sob a proteção de Deus encerrarei dia 27 de janeiro deste ano de 2010", disse Micheletti em cerimônia da Guarda de Honra da Presidência.
Os presidentes de Costa Rica, Oscar Aris, e Panamá, Ricardo Martinelli, pediram a Lobo terça-feira em uma reunião, em San José, que tente a renúncia de Micheletti de modo que não receba das mãos dele a faixa presidencial em 27 de janeiro, se deseja conseguir que a comunidade internacional o reconheça.
O chanceler de Micheletti, Carlos López Contreras, também negou que Micheletti atenderá ao pedido de Costa Rica e Panamá, únicos países da América Central a reconhecer as eleições de 29 de novembro.
"O governo da República tomou nota de seu desejo, de personalidades e governos estrangeiros, mas não, muito obrigada", disse López em almoço com jornalistas.
"Claro que o atual governante vai continuar no poder até 27 de janeiro, porque para isso o elegeram no Conresso Nacional", disse López, referindo-se à polêmica chegada de Micheletti ao poder em 28 de junho, dia em que Zelaya foi derrubado e exilado por um golpe de Estado.
O regime de Micheletti impediu Zelaya de viajar quarta-feira para o México, a menos que pedisse asilo, mas sexta-feira o presidente dominicano, Leonel Fernández, disse que espera recebê-lo domingo em Santo Domingo para que dialogue no dia seguinte com Lobo em busca de uma solução para a crise desatada com o golpe.
Zelaya permanece refugiado há quase três meses na embaixada brasileira em Tegucigalpa, depois de ter voltado de surpresa ao país.