Agência France-Presse
postado em 13/12/2009 09:41
O Chile vota neste domingo por um sucessor da presidente socialista Michelle Bachelet, com um próspero empresário de 60 anos, Sebastian Pinera, favorito para levar a direita ao poder após 20 anos de governos de centro esquerda desde o fim da ditadura.
[SAIBAMAIS]Quase 8,3 milhões de eleitores votam para renovar seu parlamento, e para uma votação presidencial destinadas segundo as pesquisas a um segundo turno, em 17 de janeiro, entre Pinera e o candidato de centro esquerda, o democrata cristão Eduardo Frei, 67 anos, já chefe de Estado de 1994 a 2000.
Bachelet, primeira mulher presidente do Chile, termina seu mandato com uma popularidade recorde, de entre 75% e 80% recentemente, que lhe teria garantido uma reeleição tranquila. Mas a Constituição proíbe dois mandatos consecutivos.
Os colégios eleitorais foram abertos às 07H00 locais (10H00 GMT) e fecham às 16h. As primeiras estimativas oficiais devem ser divulgadas após às 19H00 (22H00 GMT).
"O tempo da 'Concertation' (coalizão no poder) passou (...), os chilenos sabem que ela está esgotada há muito tempo", disse Pinera no encerramento da campanha, insistindo no tema de um fim de ciclo após quatro anos de governos de centro esquerda desde 1990.
O multimilionário Pinera, candidato da direita moderada derrotado em 2005 por Bachelet, lidera as pesquisas há meses, com 13 pontos de vantagem (44% contra 31%) sobre Eduardo Frei.
No segundo turno, Pinera é também favorito nas pesquisas contra Frei, com 49 contra 32%, mas a incerteza paira sobre os votos do candidato independente, o ex-socialista Marco Enriquez-Ominami, com 17% em 3º lugar no primeiro turno.
Este jovem deputado, filho de um militante de extrema esquerda morto pela ditadura e que cresceu no exílio na França agitou em 2009 a cena política chilena, conquistando eleitores tanto de esquerda quanto de direita.
O comunista Jorge Arrate, com 7% dos votos nas pesquisas, se comprometeu a um pacto com Frei para derrotar a direita no segundo turno.
Pinera, o "Berlusconi chileno" para seus adversários, prometeu um milhão de novos empregos, e de dar à economia nacional o sucesso de seus negócios, à imagem de seus interesses múltiplos, da mídia, passando pela farmácia, à aviação.
"O Chile não precisa de um administrador, precisa de um presidente", disse Frei, que não tem muito carisma e tentou se mostrar descontraído na campanha para atrair eleitores.