postado em 13/12/2009 14:51
Buenos Aires - Sophie Thonon, a advogada francesa que representa legalmente as famílias dos franceses desaparecidos durante a ditadura argentina (1976/83), disse em entrevista publicada neste domingo pelo jornal Clarín que o desejo é que o ex-marinheiro Alfredo Astiz morra na prisão.
"Queremos que Astiz termine como (Klaus) Barbie (Altman), o nazista, na prisão de Lyon, onde ficou até o final de seus dias. Isso é o que esperam os familiares e amigos de suas vítimas", disse Thonon.
Altman, um alto oficial do nazismo, morreu de câncer na prisão francesa em setembro 1991, quatro anos depois de ter sido condenado à prisão perpétua.
A advogada antecipou que se apresentará às próximas audiências do julgamento, iniciado sexta-feira, em Buenos Aires, do ex-capitão da Marinha argentina, Alfredo Astiz, apelidado de "anjo louro da morte", acusado de envolvimento no sequestro e morte das religiosas francesas Alice Domon e Léonie Duquet, durante a ditadura (1976-1983).
Astiz está sendo julgado ao lado de outros 18 repressores que atuaram na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), emblemático campo de concentração da ditadura, por onde passaram 5.000 desaparecidos, no Tribunal Federal Oral Número 5 da capital.
Na primeira audiência, Astiz mostrou uma atitude provocadora e sorria mostrando um livro intitulado "Volver a matar".
Astiz, de 58 anos, já foi condenado à revelia, à prisão perpétua na França e na Itália; também está sendo processado pelo desaparecimento da jovem de origen sueca Dagmar Hagelin, em 1977.