postado em 13/12/2009 15:12
Santiago (Chile) - Discretos, sem alarde nem demonstrações explícitas de preferências políticas, os chilenos foram hoje (13) às urnas em todo país. No Chile, homens e mulheres votam em zonas eleitorais distintas, uma antiga tradição no país. Pelos dados oficiais, dos cerca de 9 milhões de eleitores que estão habilitados a votar, há 65 mil a mais do que nas últimas eleições. Do total, 52% são mulheres e aproximadamente 158 mil jovens com menos de 29 anos.Nas mesas de votação, havia organização e cuidado com os eleitores mais idosos. A preferência era dada para eles, que chegavam em cadeiras de rodas amparados por policiais e agentes da Defesa Civil. ;Vim votar porque acredito que temos a obrigação de escolher o futuro do nosso país. Mas infelizmente os políticos são iguais entre si, pouco se interessam pelo país;, disse Mercedez Aguierre, aposentada, que usava uma muleta e tinha o marido amparado pelos filhos.
Pelas projeções eleitorais, o empresário Miguel Sebastián Piñeira da coligação Alianza, de centro-direita, lidera as inteções de voto. Em segundo lugar aparece o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, da coligação Concertación (da presidente Michelle Bachelet). O terceiro colocado é o independente Marco Enriquez-Ominami Gumucio e, por último, Jorge Arrate (da aliança Juntos Podemos Mais), ambos da esquerda.
Nas zonas eleitorais, os chilenos só votam se estiverem com a cédula eleitoral. Um dos hábitos no país, que ainda guarda a memória de 17 anos de ditadura (sob comando do general e ex-presidente Augusto Pinochet), é não revelar as preferências políticas.
;Votei e votarei sempre porque é uma obrigação do cidadão. Tenho minha opinião e preferência. Mas o voto é secreto;, disse Felipe Luis, funcionário público. A dona de casa Lola Alborza levou a filha, de 9 anos, para acompanhá-la. ;Votar é importantíssimo. É aqui, quando votamos, que mostramos a nossa força e capacidade de fazer algo;, afirmou.
Os quatro candidatos escolheram votar pela manhã e em locais diferentes. Arrate votou no bairro de Nuñoa, de classe média, Ominami foi para um balneário na costa chilena, enquanto Piñeira e a mulher votaram no centro de Santiago e Frei Ruiz optou por uma escola a 800 quilômetros da capital.
A previsão das autoridades chilenas é que os resultados das eleições sejam divulgados ainda na noite de hoje (13). A contagem dos votos será realizada no centro de Santiago em um local denominado Estação Mapocho.
Cerca de 162 mil pessoas justificaram os votos. No Chile, estas são as últimas eleições em que o voto é obrigatório. As eleições são gerais e envolveram escolhas para o presidente da República, 20 senadores e 120 deputados.
De acordo com analistas políticos, dificilmente algum dos candidatos à sucessão da presidente Michelle Bachelet conseguirá obter mais de 50% dos votos e garantir a vitória já no primeiro turno. Por isso, há um esforço deles para assegurar o lugar no segundo turno das eleições, em 17 de janeiro.
Os responsáveis pelas campanhas de Piñeira e Frei Ruiz já montaram palanques à espera dos resultados das eleições de hoje. Piñeira está com um forte esquema já organizado no hotel Crowne. A seis quadras desse local, Frei Ruiz montou seu palanque, em frente ao hotel San Francisco. Ambos estão localizado na Plaza Itália, um dos principais pontos de Santiago.