Agência France-Presse
postado em 14/12/2009 11:32
Os primeiros soldados dos 30.000 que o presidente americano, Barack Obama, decidiu enviar como reforço ao Afeganistão chegarão nesta semana ao país, com o objetivo de combater uma insurreição cujos vínculos com a Al-Qaeda crescem todos os dias, anunciou nesta segunda-feira o chefe do Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos.
"Os fuzileiros de Camp Lejeune chegarão esta semana", declarou à imprensa o almirante Michael Mullen, oficial de maior patente das forças armadas americanas, que está em Cabul.
Situado na Carolina do Norte, no sudeste dos Estados Unidos, Camp Lejeune é a principal base do Corpo de Fuzileiros (Marines). Um contingente de 1.500 homens irá para a província de Helmand, bastião dos talibãs no sul do Afeganistão.
No dia 1º de dezembro, Obama anunciou o envio de 30.000 soldados americanos para ajudar os mais de 113.000 militares das forças internacionais que combatem no front afegão, que enfrentam dificuldades para com a crescente insurreição dos talibãs.
Com este rápido pacote de reforços, as forças americanas - que representam quase 70% das tropas internacionais mobilizadas no país, superarão os 100.000 soldados.
"A insurreição se tornou mais violenta, mais extensa, mais sofisticada. Eles (os talibãs) se tornaram muito mais eficazes", destacou o almirante Mullen, num dia em que dois ataques mataram 16 policiais afegãos.
"Continuo muito preocupado com o crescente nível de coesão entre os talibãs afegãos e a Al-Qaeda e outros grupos extremistas, que encontraram refúgio na fronteira com o Paquistão", afirmou, referindo-se às zonas tribais do noroeste do território paquistanês.
"Será uma missão muito mais difícil do que era há um ano", advertiu. "Eu disse a nossas tropas que se preparassem para mais combates e mais baixas".
Em Cabul, o almirante Mullen se reuniu com o ministro da Defesa afegão, Abdul Rahim Wardak, com quem falou sobre o nível de preparação das forças de segurança afegãs, elemento considerado chave na nova estratégia militar americana.
Depois de Cabul, onde à noite ele se reunirá com o presidente afegão Hamid Karzai, Mullen irá a Islamabad para um encontro com seu par paquistanês, o general Ashfaq Kayani.
Indagado sobre o objetivo do Pentágono de capturar ou matar Osama Bin Laden e o número dois da Al-Qaeda Ayman al Zawahiri, o almirante estimou que "francamente, não é apenas Bin Laden ou Zawahiri, é a rede em seu conjunto que deve ser derrotada".
No domingo, Obama confessou em entrevista ao canal CBS que o envio de 30.000 soldados havia sido até agora "a decisão mais difícil" de sua presidência.