Agência France-Presse
postado em 14/12/2009 19:26
O candidato presidencial da direita chilena, Sebastián Piñera, disse querer para seu país um modelo de governo mais próximo do aplicado no Brasil, México ou Peru, e distante do liderado por Hugo Chávez, na Venezuela, ou Daniel Ortega, na Nicarágua.
"Na região foram configurados dois grandes modelos, um deles é dirigido por pessoas como (Hugo) Chávez na Venezuela (...); outro é o representado por governantes como (Felipe) Calderón no México, (Luiz Inácio) Lula no Brasil, Alan García no Peru e até Michelle Bachelet no Chile", disse Piñera, depois de sair vitorioso no primeiro turno da eleição presidencial.
"Acho, definitivamente, que o segundo modelo é o melhor para o Chile, porque tem a ver com democracia, estado de direito, liberdade de expressão, alternância do poder sem caudilhismos, na parte política", afirmou Piñera, em entrevista à imprensa estrangeira.
"Na parte econômica, pretendo privilegiar uma economia social de mercado, com certa iniciativa de propriedade privada, com abertura e integração. É o segundo modelo o que acredito melhor para o Chile, e esse é o que vamos tratar de aprofundar e aperfeiçoar em nosso país", asseverou.
No entanto, precisou que não transformará essas diferenças de modelo "numa causa de divisão e de conflito dentro da América Latina; temos plena consciência de que as relações devam ser respeitosas, apesar das diferenças".
Piñera também disse que fica claro para ele que a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia serve para combater o narcotráfico. "Li esse acordo, que tem um objetivo claro e preciso - o de combater o narcotráfico na Colômbia", precisou.
"Tudo o que significa combater o narcotráfico, respeitando o estado de direito, sem interferir com outros países, parece-me que aponta para uma solução conveniente e saudável", acrescentou.
Piñera obteve 44% dos votos na eleição do último domingo, e disputará o segundo turno no dia 17 de janeiro de 2010 com o candidato governista Eduardo Frei que, por sua vez, conseguiu 29% dos votos.