Agência France-Presse
postado em 14/12/2009 20:08
O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, deverá permanecer no hospital até a próxima quarta-feira, após ter sido agredido no domingo por um desequilibrado, que nesta segunda pediu desculpas por carta.
Berlusconi, 73 anos, seguirá internado no hospital San Raffaele de Milão por mais 36 horas, no mínimo, revelou seu médico pessoal, Alberto Zangrillo, destacando que os ferimentos do chefe de governo são mais complicados do que o estimado inicialmente.
O chefe de governo foi atingido por um objeto metálico lançado por um homem com problemas mentais e sofreu fratura no nariz e em dois dentes, além de cortes nos lábios, perdendo cerca de meio litro de sangue, disse Zangrillo.
"A situação é tranquila, mas exige atenção. As fraturas precisam ser controladas".
A completa recuperação de Berlusconi exigirá, no mínimo, 20 dias, mas o chefe de governo não precisará de qualquer cirurgia, destacou o médico.
O agressor, Massimo Tartaglia, 42 anos, que se submete a tratamento psiquiátrico, está preso em Milão e será julgado por "lesão corporal grave premeditada".
Em carta divulgada por seus advogados, Tartaglia pede desculpas a Berlusconi pelo "ato superficial, ruim e impensado", e destaca que "agiu só", que "não milita em qualquer organização política".
O pai de Tartaglia ligou no domingo à noite para o hospital e se disse "consternado" com a atitude do filho.
Tartaglia usou como arma uma reprodução em miniatura da catedral gótica de Milão, que atingiu em cheio o rosto de Berlusconi, durante um comício em Milão.
O Papa Bento XVI enviou hoje um telegrama de solidaridade a Berlusconi, no qual "lamentou a agressão" e manifestou "seus melhores votos por uma pronta recuperação".
Berlusconi recebeu manifestações de solidaridade dos principais líderes políticos europeus, entre eles o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin e o premiê inglês, Gordon Brown.
O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, "condenou firmemente" a agressão, destacando que a violência física não é forma aceitável de luta política.
"Este incidente merece uma condenação firme e nunca deveria ter acontecido", declarou Buzek ao inaugurar a sessão plenária mensal do Europarlamento em Estrasburgo (leste da França).
"A política não pode ser feita desta forma", destacou Buzek, desejando a Berlusconi "uma pronta recuperação". O eurodeputado socialista italiano Gianni Pittella também condenou a agressão de domingo. "Somos adversários de Berlusconi, mas adversários políticos".