Agência France-Presse
postado em 14/12/2009 21:25
O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, reafirmou nesta segunda-feira que Manuel Zelaya poderá partir do país quando quiser, desde que seja na qualidade de exilado.
"Se quiser sair como exilado, não terá nenhum problema", afirmou Micheletti em entrevista coletiva, destacando que o exílio pode ser "em qualquer país do mundo", exceto na América Central, em referência às ofertas de México e República Dominicana.
Micheletti não explicou porque o presidente Zelaya, deposto por um golpe de Estado em 28 de junho, não poderá ser exilado na América Central.
Sobre sua renúncia, uma exigência da comunidade internacional para reconhecer o governo de Porfirio Lobo, o presidente hondurenho eleito, Micheletti respondeu que entregará o poder "em 43 dias", quando termina o atual mandato. "Quero sair com a cabeça erguida e com a dignidade que recebi do povo". Zelaya está refugiado na embaixada do Brasil desde 21 de setembro, quando voltou secretamente a Honduras.
O presidente foi derrubado após violar o artigo 239 da Constituição, que rejeita a reeleição e prevê que qualquer um que apoiar a medida, "direta ou indiretamente, será demitido de imediato de seu cargo, sendo inabilitado para a função pública pelo prazo de dez anos".
A decisão de depor e expulsar Zelaya do país foi adotada pela Justiça e executada pelos militares, com o apoio do Congresso. Zelaya caiu quando preparava uma consulta popular destinada a convocar uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna e permitir a reeleição presidencial, apesar de o plebiscito ter sido proibido pela Justiça.