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Defesa da brasileira que se autoflagelou na Suíça pede absolvição

Agência France-Presse
postado em 16/12/2009 13:01
ZURIQUE - O advogado da brasileira Paula Oliveira, que denunciou ter sofrido uma agressão xenófoba na Suíça em fevereiro, mas, dias depois, admitiu que havia se automutilado, pediu nesta quarta-feira (16/12) a absolvição da cliente na abertura do julgamento em um tribunal de Zurique. Roger Muller, o advogado da jovem de 27 anos, pediu no tribunal do distrito de Zurique a absolvição, ao afirmar que ela não pode ser considerada responsável por seus atos e declarações. A defesa alega que Paula sofre transtornos neuropsicológicos provocados por uma doença autoinmune, o lúpus sistêmico. "A doença exige muitas visitas médicas, muitos medicamentos e muitas terapias, que podem provocar delírios", explicou o advogado. A promotoria acusa Paula de ter induzido a justiça ao erro. Cerca de 40 jornalistas cobrem o julgamento, cujo veredicto será divulgado no final da tarde. A acusada, vestida de negro e acompanhada por seu pai, respondia às perguntas do juiz com a ajuda de um intérprete. A promotoria pede uma pena, com sursis, de 180 dias e multa de 70 francos suíços diários, o que supõe um total de 12.600 francos (US$ 12.100) e uma multa adicional de mil francos suíços. A avaliação psiquiátrica apresentada ao juiz considera que a responsabilidade da jovem é de nível médio. A acusada, jurista de formação, afirmou em fevereiro passado ter sido agredida na noite de 9 de fevereiro, na periferia de Zurique, por três neonazistas. Também disse que estava grávida e que havia sofrido um aborto depois da agressão, uma informação desmentida pelos exames ginecológicos. O ventre da ré apresentava marcas feitas por um estilete que, segundo a acusação, foi obra da própria Paula. O caso e as imagens provocaram grande comoção no Brasil.

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