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Raúl Castro reajusta economia cubana para 2010 ante crise de liquidez

Agência France-Presse
postado em 20/12/2009 17:51
Cuba registrou um crescimento econômico de 1,4% em 2009, muito abaixo dos 6% previstos, e enfrenta uma grave crise de liquidez que prevê uma situação difícil em 2010, segundo o balanço do governo, apresentado em sessão do parlamento encabeçada pelo presidente Raúl Castro neste domingo.

Raúl Castro, de 78 anos, traçou com os deputados na segunda sessão parlamentar uma estratégia sob a meta de um crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2010, considerado discreto pelo ministro da Economia, Marino Murillo.

Em 2009, os investimentos diminuíram 16%, as exportações de bens e serviços caíram 22,9% e as importações diminuíram 37,4%, enquanto a agricultura cresceu 4,5%, o transporte 4,6%, os serviços 4% e a indústria 2%, informou Murillo.

Segundo ele, a queda do preço internacional do níquel, principal produto de exportação, teve um impacto muito negativo para a economia, pois se esperava vendê-lo este ano a 12.000 dólares a tonelada, mas o preço foi de 10.000 dólares, enquanto que houve uma importante redução - não informado - nas rendas do turismo (2,3 bilhões em 2008).

Ao destacar que problema mais imediato enfrentado pelo país é a falta de divisas, anunciou que será dada prioridade ao financiamento de setores que geram rendas externas, como as exportações de níquel, rum e tabaco, turismo, biotecnologias e telecomunicações.

Ante a crise, o governo também dispôs em 2009 cortes no orçamento, reduções drásticas no consumo de energia e diminuições nos alimentos subsidiados (caderneta de abastecimento) para a população de 11,2 milhões de habitantes.

A produtividade do trabalho caiu 1,1%, apesar de Raúl Castro aplicar medidas para impulsionar o rendimento trabalhista, mas persiste um desestímulo porque o salário médio - que cresceu 2,2% - é de 18 dólares ao mês.

O ministro argumentou que no crescimento modesto da economia em 2009 - o menor nos últimos sete anos - se deveu ao impacto da crise internacional, aos danos dos furacões, que deixaram perdas de 10 bilhões de dólares, e ao embargo dos Estados Unidos.

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