Agência France-Presse
postado em 21/12/2009 19:12
A gripe suína, provocada pelo vírus H1N1, que se converteu na primeira pandemia do século XXI após ter sido detectada, em março de 2009, no México e nos Estados Unidos, já deixou 10 mil mortos, um número inferior ao previsto, em meio a uma intensa mobilização mundial.
O H1N1 matou 10.582 pessoas, em 208 países, segundo os números divulgados em 18 de dezembro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que em junho passado declarou o mundo em estado de pandemia.
A gripe suína, detectada no final de março no México, se alastrou rapidamente, afetando especialmente o continente americano, onde provocou 6.335 mortes até meados de dezembro.
"Na zona tropical da América Central, América do Sul e Caribe, a transmissão da gripe se manteve em todas as regiões, mas está em declínio", revelou a OMS há uma semana. Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPS), no continente americano os Estados Unidos lideram a lista de óbitos por gripe suína, com 1.929 mortes, seguido por Brasil, 1.528, México, 687, Argentina, 613, Canadá, 357, Peru, 192, Colômbia, 163, e Chile, 140.
A gripe suína ataca duramente os que já sofrem de outras doenças e também provoca "uma taxa de mortalidade pouco comum entre os jovens, incluindo os que gozam de boa saúde", destaca o especialista francês Antoine Flahaut.
Segundo a doutora Isabelle Nutall, da OMS, "está claro que não estamos diante de um vírus tão mortífero como o da gripe aviária". De acordo com a OMS, a gripe suína retrocede em "ao menos dez países de Europa ocidental e do norte", mas segue avançando na República Tcheca, Estônia, Hungria, Montenegro, Suíça e em algumas regiões da Rússia.
"É a primeira vez que enfrentamos um problema semelhante em nível mundial. Esta mobilização nos permitiu elaborar uma vacina em tempo recorde", disse a doutora Sylvie Briand, chefe do departamento gripe da OMS. De fato, mais de 150 milhões de doses da vacina contra o vírus H1N1 foram distribuídas em cerca de 40 países, segundo o doutor Keiji Fukuda, número dois da OMS.
Os Estados Unidos lançaram sua campanha em outubro, com 40 milhões de doses, e a França contava com 94 milhões de doses da vacina em novembro.
A América Latina, que segundo a OPS necessita de 200 milhões de doses para atender à população mais vulnerável, poderá contar com estas vacinas no início do ano. Obesos, grávidas e idosos com mais de 65 anos são os mais vulneráveis à gripe.
A OMS afirma que o Tamiflu ainda é a droga mais eficaz para "reduzir e prevenir formas graves da gripe" suína, cujo vírus já apresentou mutações no Brasil, Noruega, China, França, Itália, México, Japão, Ucrânia e Estados Unidos.
"Há que permanecer alerta e não baixar a guarda", advertiu Isabelle Nutall, lembrando que "o vírus da gripe é totalmente imprevisível". No próximo ano poderá reaparecer com uma forma mais mortífera, disse John Oxford, professor de virologia no Royal London Hospital.