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Negros do interior do Suriname repelem presença de estrangeiros na exploração de garimpos

postado em 28/12/2009 18:08
Com um território de apenas 163 mil quilômetros quadrados, um pouco maior do que o estado o Ceará, o Suriname é um país de cultura e etnia diversificadas. A população de 480 mil habitantes é formada por descendentes de europeus ; principalmente holandeses, que foram os colonizadores- , negros, hindus, javaneses e latino-americanos que migram para região em busca da sua principal e mais rentável atividade: a exploração de garimpos.

A população do Suriname se considera privilegiada por causa de várias conquistas sociais, das influências dos holandeses na região e do vínculo mantido até hoje com o governo dos Países Baixos. Cerca de 90% dos habitantes têm o ensino fundamental concluído e dispõem de infraestrutura básica e água tratada.

No último dia 24, véspera de Natal, segundo relatos de testemunhas, o conflito entre os chamados ;marrons; ou os quilombolas (mestiços de brancos com negros) teria sido provocado por demarcação de espaço. Os "marrons", descendentes de escravos (levados para lá nos séculos XVII e XVIII) vivem no interior do Suriname e exploram os garimpos e rechaçam os estrangeiros que tentam atuar nessa área.

Dos cerca de 15 mil brasileiros que estão no país vizinho, a maioria vive ilegalmente no Suriname e depende da exploração das minas, concorrendo com os chamados ;marrons;. A disputa, aliada à suspeita de que um brasileiro seria o responsável pela morte de um quilombola, teria sido o estopim do ataque a um grupo de 200 garimpeiros - 80 teriam sido feridos, entre os quais 14 brasileiros, e sete, mortos.

A população do Suriname é na sua maioria cristã, mas há um percentual elevado de hindus e muçulmanos. Pelo menos 380 mil surinameses vivem no exterior, segundo dados recentes ; a maioria nos Países Baixos.

O Suriname tem sétimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América do Sul, atrás de Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Venezuela e Colômbia. A expectativa de vida é de 73 anos. Os gastos públicos com saúde representam 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas a economia do país é frágil e dependente da produção de bauxita, ouro e derivados de petróleo, que representam 85% das exportações e 25% do orçamento estatal. A mineração da bauxita representa aproximadamente 15% do PIB do país. É um país essencialmente importador de bens de consumo.

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