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China é o país com mais execuções que o resto do mundo em conjunto

Agência France-Presse
postado em 29/12/2009 11:43
A China, onde um britânico foi executado nesta terça-feira (29/12), executa por ano mais condenados à morte que o conjunto dos demais países do mundo, segundo as organizações de defesa dos direitos humanos. [SAIBAMAIS]Ao autorizar a execução por injeção letal de Akmal Shaikh por tráfico de droga, o Supremo Tribunal reiterou a postura de Pequim, que considera essencial a pena capital para infundir o medo e impedir os crimes. Segundo a Anistia Internacional (AI), que contabiliza as execuções anunciadas na imprensa, a China foi responsável por 1.700 das 2.400 execuções registradas no mundo em 2008. Mas os números reais da China podem superar os cálculos da organização, já que o número de condenados à morte no país é segredo de Estado. "Há um certo número de problemas e de incertezas sobre a forma como acontecem as execuções na China", declarou Joshua Rosenzweig, diretor em Hong Kong do grupo de defesa dos direitos humanos Dui Hua. "Um dos grandes problemas é que o sistema é muito obscuro". A Dui Hua, que tenta catalogar todas as condenações à morte na China, acredita que quase 5 mil pessoas foram executadas no conjunto do ano, contra 7 mil em 2007. Os números representam uma queda considerável na comparação com a década passada, quando se anunciava uma média de 10 mil execuções anuais. O governo da China manifestou o desejo de reduzir ainda mais o número. Os condenados são tradicionalmente executados com um tiro na nuca, mas algumas províncias começaram a adotar as execuções por injeção, consideradas menos cruéis. Desde 2007, o Supremo Tribunal precisa validar as sentenças de morte, em um esforço para não deixar o poder apenas nas mãos dos tribunais provinciais e para reduzir o número de execuções. Segundo a AI, 68 crimes podem ser punidos na China com a pena capital, incluindo a fraude fiscal, a venda de medicamentos adulterados ou a destruição de equipamentos elétricos. Akmal Shaikh, que a família alegou ter problemas psíquicos, transportava quatro quilos de heroína. A detenção de 50 gramas de droga é suficiente na China para motivar uma condenação a morte.

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