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Bogotá é o ouro: dois bons museus, belos lugares para caminhar e uma balada inesquecível

Conheça esses e outros motivos para amar a capital colombiana e seus arredores

postado em 30/12/2009 08:00
Tire o preconceito da cabeça e prepare as malas com um par de tênis, um casaco leve (embora quente) e o guarda-chuva mais prático que tiver. A próxima parada é Bogotá, que se liberta cada vez mais das marcas deixadas por anos de atuação dos cartéis de drogas e se revela para o mundo como uma capital elegante, alegre e aberta a novas informações. Por lá, o tempo muda sem dar muito aviso. A cidade fica a 2.650 metros de altitude, envolta por um planalto (chamado de sabana pelos colombianos), e tem clima de serra. Chuva é uma possibilidade permanente. Vem daí a necessidade de agasalho e sombrinha para encarar sem medo uma série de tours. Nisso, aliás, Bogotá - que também é Distrito Federal, como Brasília - não é muito diferente da capital brasileira em determinadas épocas do ano.

Quem leva?

Das companhias brasileiras, a Gol/Varig, que conta com duas categorias de voo: econômica e confort. Nessa última, que ocupa 24 lugares de um Boeing 737-800, destacam-se as poltronas mais espaçosas, a variedade de jornais e revistas, os massageadores de mãos e pés oferecidos antes da partida e o equipamento individual de entretenimento (que exibe filmes, clipes e jogos, além de tocar músicas).

Onde ficar?

A hotelaria em Bogotá tem opções variadas para todos os públicos. Para os mochileiros, por exemplo, há a rede Hi Hostel (), que conta com um albergue no centro histórico. Já para quem tem o orçamento mais folgado e pode investir em luxo, uma das opções é o Sofitel Bogotá Victoria Regia (), próximo à Zona T (que concentra as lojas mais elegantes da capital colombiana), com 102 quartos decorados com reproduções do Museo del Oro.

; Nas profundezas do templo de sal

Em Zipaquirá, cidade com 106,2 mil habitantes e a 49 quilômetros de Bogotá, encontra-se a prova de que, há mais de 70 milhões de anos, o altiplano da Colômbia era tomado pelo mar. Uma senhora prova, aliás. Em plena Cordilheira Oriental - uma das divisões dos Andes, onde também se situa a capital colombiana -, formou-se uma mina de sal e de outros minerais (calcita e dolomita, por exemplo) que ainda pode ser explorada por 500 anos. E, dentro dessa jazida, 247 operários construíram, ao longo de três anos, uma catedral onde é preciso louvar, se não o divino, os poderes da natureza e do trabalho.

Na Catedral de Sal de Zipaquirá, a palavra introspecção ganha um significado especial. Ao contrário do que ocorre nas igrejas convencionais, sua imponência não está nos metais preciosos nem em obras de arte rebuscadas: vem da força das rochas, sejam elas esculpidas ou em estado natural, e de um projeto de iluminação que valoriza cada canto do lugar. Percorrer o templo nas profundezas da montanha não combina de jeito nenhum com manifestações fervorosas. Quando visitá-lo, prefira o silêncio - seja para orar, seja para não perder nenhum detalhe das explicações dadas pelos guias.

Só na via-crúcis, por exemplo, é necessário parar 14 vezes - esse é o número de estações criadas para narrar desde a condenação até o enterro no Santo Sepulcro. Todas apresentam, além de uma cruz talhada em pedra, um detalhe que simboliza os diferentes momentos das últimas horas de Jesus. Os escultores que trabalharam nas obras da catedral não se esqueceram sequer de criar uma nova versão do santo sudário, com que o filho de Deus enxuga o rosto no caminho para a crucificação.

Cada estação aproxima o visitante da parte mais funda do templo, constituída pelas naves, que permitem fazer as melhores fotos do tour. Não repare apenas no mais conhecido dos ícones cristãos, ou só nas luzes de diferentes cores. Preste atenção também nas esculturas sacras em estilo bachue, caracterizadas pelos rostos com traços andinos (alongados e de nariz adunco), e no espelho d%u2019água, que marca o fim do passeio. A essa altura, a sensação de tranquilidade se torna tão grande que é preciso se encher de coragem para encarar o caminho de volta e todo o burburinho do mundo lá fora.

; Conheça melhor

Descubra o que você nem imaginou que gostaria de saber sobre a mina e a catedral de sal de Zipaquirá

1. Quando começou a exploração da mina?

Em 1816, iniciou-se a extração de sal em larga escala, por meio de perfurações. Mas, antes disso, os muiscas - indígenas que habitavam a área antes da chegada dos espanhóis - exploravam de forma rudimentar as salinas que se formavam nas cavernas. Atualmente, os mineiros trabalham em uma área de mais ou menos 1km;.

2. É possível encontrar fósseis nas rochas, já que um dia o mar ocupou a região?

Não, e há duas possíveis explicações. Uma delas é que haveria tanto sal na água que seria impossível a existência de qualquer forma de vida. Outra hipótese: sim, havia seres vivos na água, mas seus fósseis se decompuseram quando da formação geológica da montanha, há 70 milhões de anos.

3. Existe ventilação lá dentro?

Existe. Vários buracos perfurados nas rochas garantem que o ar circule normalmente.

4. O que mais há para ver e fazer no local?

Há o Museu de la Salmuera, onde é possível aprender sobre a produção de sal; um muro de escalada, que pode ser usado mediante pagamento; e uma sala onde é exibido o filme em 3D Guasa - Tesoro de un pueblo, que aborda a formação de Zipaquirá desde a pré-história.

; É bom saber

Não se esqueça de levar um casaco. Lá dentro, a temperatura média é de 14;C.

Use sapatos confortáveis (tênis, de preferência) para caminhar entre as pedras e subir e descer degraus com tranquilidade.

Como a visita dura aproximadamente uma hora, vá ao banheiro antes e leve seu próprio papel higiênico (porque ele não está disponível de graça).

Alimentos, bebidas e cigarros são proibidos na catedral.

; O que ver

Catedral de Sal de Zipaquirá

(571) 852-9890 e 852-8753



Diariamente, das 9h às 18h. Nos domingos e nos feriados, ao meio-dia, são celebradas missas. Acesse o site para saber os preços dos ingressos (as tarifas mudam muito, a depender das atrações e dos passeios escolhidos pelos visitantes).

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