Agência France-Presse
postado em 30/12/2009 11:02
O pai do nigeriano de 23 anos que tentou explodir um avião americano em pleno ar no dia de Natal foi interrogado pela CIA e o FBI na Nigéria, informou nesta quarta-feira à AFP um agente dos serviços de inteligência nigerianos."Confirmo que Umar Mutallab foi convocado na embaixada dos Estados Unidos em Abuja, onde foi interrogado por homens da CIA e do FBI na segunda-feira", declarou uma fonte de uma das agências de inteligência nigerianas, que pediu para não ser identificada.
Os agentes da CIA e do FBI interrogaram Umar Abdulmutallab, também chamado Mutallab na Nigéria, sobre seu passado e sobre seu filho, Umar Faruk Abdulmutallab, segundo a fonte.
O canal CNN havia noticiado anteriormente que o pai do jovem nigeriano alertou a CIA que seu filho era um militante radical, mas a informação não foi difundida.
Uma fonte anônima ligada ao caso indicou à CNN que um informe foi escrito depois de uma reunião entre o pai de Umar Faruk Abdulmutallab e um agente da CIA e que esse documento foi enviado à sede da agência em Virgínia, perto de Washington.
Segundo The Wall Street Journal, o pai de Abdulmutallab se reuniu com a CIA na embaixada americana em Abuja, capital da Nigéria, em 19 de novembro.
A imprensa dos EUA também revelou que o jovem participava com frequência de um foro islâmico na Internet e pregava a Guerra Santa (Jihad).
Umar Faruk Abdulmutallab escrevia no www.gawaher.com sob o pseudônimo "Faruk1986", e fez 310 comentários, a partir de 2005, incluindo divagações sobre "como ocorrerá a grande Jihad", "como os muçulmanos vencerão" e "como dominarão o mundo inteiro e estabelecerão o maior império jamais visto".
Além disso, o ministério iemenita das Relações Exteriores confirmou que Abdulmutallab estava no Iêmen, onde a rede terrorista Al-Qaeda é ativa, no mês de dezembro, pouco antes do atentado que tentou cometer.
"Ele esteve no Iêmen do início de agosto ao início de dezembro, depois de obter um visto para estudar a língua árabe em um instituto de Sanaa, onde aparentemente assistiu as aulas", declarou uma fonte da chancelaria.
O governo dos Estados Unidos se mostrou cauteloso a respeito de um vínculo entre o atentado frustrado e a Al-Qaeda.
O presidente Barack Obama admitiu na terça-feira que o atentado frustrado demonstrou "falhas sistemáticas" no departamento de Segurança Interna e Inteligência.
"Ocorreram falhas sistemáticas que considero totalmente inaceitáveis", disse Obama do Havaí, onde passa as férias de final de ano com a família.
"Houve uma combinação de falha humana e sistemática que contribuiu para esta potencial ameaça à segurança dos Estados Unidos", destacou Obama, referindo-se ao ataque frustrado de um jovem nigeriano, que tentou detonar explosivos em pleno voo para derrubar um avião comercial americano.
"Precisamos aprender com este episódio e agir rapidamente para consertar as falhas de nosso sistema, porque nossa segurança está em jogo e vidas estão em jogo", acrescentou o presidente.