Agência France-Presse
postado em 02/01/2010 20:52
O Irã deu neste sábado às grandes potências ocidentais um "ultimato" de um mês para aceitar uma troca de urânio segundo seus próprios termos, avisando que quando este prazo vencer passará a produzir sozinho o urânio necessário para seu reator de pesquisa em Teerã, anunciou a TV estatal.
"A comunidade internacional tem um mês para decidir" se aceita ou não as condições de Teerã, declarou o ministro das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, citado pela TV. "Quando este prazo vencer, Teerã enriquecerá o urânio em um nível superior. Isso é um ultimato", afirmou.
O Irã rejeitou um projeto de acordo elaborado pela Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) segundo o qual Teerã deixaria a Rússia enriquecer em 20% a maior parte de seu urânio pouco enriquecido em troca do combsutível necessário a seu reator de pesquisa.
No entanto, na terça-feira, as autoridades iranianas disseram que estão dispostas a aceitar uma troca de seu urânio pouco enriquecido no exterior, mas ressaltaram que o processo deveria ser conduzido por etapas.
A Casa Branca reagiu dizendo que o Irã "se interpõe em seu próprio caminho" ao impor um ultimato às potências mundiais.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Mike Hammer, destacou que a proposta da AIEA a Teerã já é o suficiente.
"A AIEA colocou uma proposta equilibrada sobre a mesa, que cobre a própria exigência do Irã por combustível e tem o apoio da comunidade internacional", afirmou Hammer.
"Se ter acesso ao combustível é o objetivo do Irã, então não há qualquer razão para que a proposta (da AIEA), que Teerã aceitou em princípio em Genebra, seja insuficiente. O governo iraniano se interpõe em seu próprio caminho".
O Irã é alvo de cinco resoluções do Conselho de Segurança da ONU, três das quais acompanhadas de sanções, por se recusar a suspender suas atividades nucleares sensíveis.