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Londres e Washington vão reforçar ação no Iêmen e na Somália

Agência France-Presse
postado em 03/01/2010 12:14
LONDRES - A Grã-Bretanha e os Estados Unidos vão reforçar sua ação contra o terrorismo no Iêmen e na Somália, depois do atentado suicida frustrado de 25 de dezembro reivindicado pela Al-Qaeda, anunciou neste domingo o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, no mesmo dia em que Washington e Londres fecharam suas embaixadas em Sanaa "por motivos de segurança" após ameaças proferidas pela rede terrorista de Osama bin Laden. "A embaixada dos Estados Unidos em Sanaa fechou hoje, dia 3 de janeiro de 2010, devido à existência de ameaças da Al-Qaeda na península arábica (Aqap) contra os interesses americanos no Iêmen", informou um texto publicado no site da embaixada. [SAIBAMAIS]Horas depois, um funcionário do governo iemenita anunciou o fechamento da repartição britânica. A informação foi confirmada pela chancelaria do Reino Unido. Além disso, segundo o site do jornal El Mundo, a Espanha decidiu fechar sua embaixada em Sanaa segunda e terça-feira devido a ameaças da Al-Qaeda. O jornal, que citou fontes da embaixada espanhola no Iêmen, afirmou que a representação estava funcionando normalmente neste domingo. "O Iêmen deve ser identificado, assim como a Somália, como uma das áreas onde temos que fazer mais do que simplesmente monitorar. Vamos colaborar com as autoridades americanas para melhorar a luta contra o terrorismo empreendida pelo governo iemenita", declarou Brown. "A radicalização dos jovens em diversas partes do planeta é um problema para o mundo inteiro", afirmou o premiê neste domingo, em entrevista ao canal BBC1. Londres e Washington preveem financiar uma unidade especial de polícia antiterrorista no Iêmen e fornecer um apoio maior aos guarda-costeiros iemenitas, segundo um comunicado de Downing Street. No dia do Natal, o nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab tentou explodir um avião da companhia Northwest Airlines com quase 300 pessoas a bordo pouco antes do pouso em Detroit (norte dos EUA). Depois de ser preso, ele admitiu ter sido treinado e equipado pela rede Al-Qaeda no Iêmen. Sábado, o presidente americano Barack Obama acusou pela primeira vez a Al-Qaeda na península arábica (Aqap) de ter treinado e equipado Abdulmutallab no Iêmen. No mesmo dia, o comandante das forças americanas no Iraque e no Afeganistão, o general David Petraeus, reafirmou durante uma viagem ao Iêmen o apoio de seu país aos esforços de Sanaa para combater o terrorismo. Reforços militares foram enviados a províncias do leste do Iêmen para caçar elementos da Al-Qaeda. A Grã-Bretanha e os Estados Unidos também devem pedir ao Conselho de Segurança da ONU o fortalecimento da força de manutenção da paz na Somália, prosseguiu Downing Street em seu comunicado. A União Africana (UA) já mantém na Somália uma força de paz de cerca de 5.300 soldados, a Amisom. Os shebab, radicais islâmicos próximos da Al-Qaeda, já dominam grande parte do país, e o frágil governo de transição apoiado pela Amisom controla apenas alguns bairros da capital Mogadiscio. O discurso de Brown foi pronunciado dois dias depois de o primeiro-ministro britânico ter defendido a realização de uma reunião internacional sobre o Iêmen e a luta contra o terrorismo no dia 28 de janeiro em Londres, em margem da conferência sobre o Afeganistão, que acontecerá no mesmo dia.

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