postado em 03/01/2010 12:59
Brasília - Dez dias depois do ataque a brasileiros no Suriname, o governo estuda uma série de medidas de apoio aos cerca de 15 mil que moram no país vizinho. A prioridade é dar atenção aos que estavam no local do conflito. Até o final desta semana deve ser definido o envio de ajuda financeira aos brasileiros retirados da região de Albina, onde houve o confronto. Há possibilidade de reencaminhá-los para a área, mas com apoio logístico e de segurança.
O fato de a maioria dos brasileiros morarem no Suriname de forma ilegal não impede a ajuda que o Itamaraty planeja, segundo diplomatas. Dados indicam que os brasileiros que estão no Suriname lidam, em geral, com garimpo. Há ainda casos de prostituição. Muitos entram no país vizinho pela fronteira com a Guiana Francesa e por via marítima.
As medidas de apoio aos brasileiros são analisadas pelo comando geral do Ministério de Relações Exteriores, a partir de orientações da Embaixada do Brasil em Paramaribo. Uma equipe da embaixada realiza entrevistas individuais com as pessoas que estavam na madrugada do dia 24 quando houve o ataque. O objetivo é levantar necessidades, carências e atender às demandas.
No último dia 31, um grupo de 32 brasileiros %u2013 entre 22 homens, nove mulheres e uma criança %u2013 retornou ao Brasil em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), uma aeronave Hercules C-130. Todos receberam US$ 100 e uma muda de roupa cada um. Segundo diplomatas, o dinheiro e as roupas estão incluídos na assistência consular.
A embaixada listou 124 brasileiros %u2013 entre adultos e crianças %u2013 que estavam no momento do ataque em Albina (cidade localizada a 150 km de Paramaribo, capital do Suriname). Na ocasião, cerca de 300 %u201Cmarrons%u201D (como são chamados os quilombolas no país) agrediram brasileiros, chineses e javaneses. Houve agressões físicas, estupros e depredações.
A partir do ataque o governo do Suriname reforçou o policiamento na região de Albina. Como surgiram novas ameaças de conflitos, também foram enviados policiais para o interior do país. A Embaixada do Brasil retirou todos os brasileiros que estavam em Albina e recomendou que fossem evitadas determinadas áreas do país vizinho.
Desde a véspera do Natal, os brasileiros que viviam em Albina passaram a morar em quatro hotéis da capital do Suriname. De acordo com o Itamaraty, os gastos de hospedagem, alimentação e vestimentas, além de hospital e medicamentos, são custeados pelo governo brasileiro. No total US$ 40 mil foram gastos até o momento.