Agência France-Presse
postado em 04/01/2010 09:02
WASHINGTON - Os Estados Unidos anunciaram neste domingo (3/1) um reforço do controle sobre os passageiros de voos procedentes de certos países, dez dias após o frustrado atentado contra um avião da Northwest Airlines que ligava Amsterdã a Detroit.
Por determinação da Administração da Segurança nos Transportes (TSA), foi reforçado o controle sobre todos os passageiros procedentes de países considerados patrocinadores do terrorismo "ou de qualquer outro país envolvido". A TSA não precisa que países integram a lista do controle reforçado, mas Cuba, Irã, Sudão e Síria são os quatro estados que figuram na relação dos patrocinadores do terrorismo internacional.
Um alto funcionário americano disse que a medida inclui todos os passageiros procedentes de 14 países, incluindo Afeganistão, Líbia, Nigéria, Paquistão, Somália e Iêmen. A fonte não quis revelar os outros quatro países, mas os jornais The New York Times e Washington Post citaram, com base em funcionários oficiais não identificados, Argélia, Líbano, Arábia Saudita e Iraque.
O procedimento foi aplicado a todas as companhias aéreas, americanas ou não, a partir da meia-noite deste domingo nos Estados Unidos (3h de segunda-feira em Brasília). "Os indivíduos de qualquer parte do mundo que chegarem aos Estados Unidos procedentes ou após escalas nestes países patrocinadores do terrorismo deverão se submeter a controles mais estritos", destaca a TSA.
A medida prevê a utilização de recursos e tecnologias avançadas de controle de passageiros e bagagens. "Uma segurança aérea eficaz deve começar além de nossas fronteiras, e como resultado de uma cooperação extraordinária com nossos sócios da aviação mundial", destaca a TSA.
O site Politico, que cita um alto funcionário do governo, revela que "100%" dos passageiros nascidos ou procedentes destes países serão submetidos a uma revista pessoal "completa" e a inspeção "manual" de sua bagagem. Segundo o site, "um percentual muito elevado de passageiros de todos os países" serão submetidos a controles mais rigorosos, que poderão incluir detectores de explosivos e tecnologia avançada de imagem.
No dia de Natal, o nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab tentou explodir um avião da companhia Northwest Airlines com quase 300 pessoas a bordo, pouco antes do pouso do aparelho em Detroit (norte dos EUA). Depois de ser preso, ele admitiu ter sido treinado e equipado pela rede terrorista Al-Qaeda no Iêmen.
Abdulmutallab viajava em um voo da companhia americana Northwest Airlines procedente de Amsterdã.