Agência France-Presse
postado em 04/01/2010 09:12
WASHINGTON - Um ex-funcionário do banco suíço UBS, condenado por ajudar clientes americanos a fraudar o fisco, pode deixar a prisão com uma fortuna, graças à recompensa prevista nos Estados Unidos para as pessoas que delatam os fraudadores, informou o canal CBS.
Bradley Birkenfeld, condenado a três anos e quatro meses de prisão em agosto após se declarar culpado de incitar fraude fiscal, será preso na sexta-feira. A confissão dele permitiu ao governo americano estabelecer as provas para o caso bilionário de fraude fiscal contra o UBS, o maior banco suíço.
O ex-executivo americano, entrevistado pelo programa '60 Minutes' da CBS, criticou sua sentença, que considera injusta diante dos 19 mil clientes do UBS que fraudaram a receita. Ele disse que entregou os nomes dos culpados às autoridades. Segundo Birkenfeld, os 19 mil correntistas investiram US$ 19,3 bilhões.
"Sou o único que vai para a prisão, de um total de 19 mil contas bancárias. E nenhum banqueiro suíço. Entreguei o maior escândalo de fraude fiscal do mundo. Desmascarei 19 mil criminosos internacionais. E vou para a prisão por isto?", disse.
Um dos advogados de Birkenfeld afirmou no programa que o cliente pode receber uma recompensa de até 30% das quantias recuperadas pelo fisco por suas denúncias, de acordo com a lei americana.
No entanto, Birkenfeld foi condenado por não ter entregue seu maior cliente, o empresário californiano Igor Olinicoff, a quem ajudou a ocultar US$ 200 milhões de ativos na Suíça e em Lichtenstein.