Agência France-Presse
postado em 04/01/2010 10:08
JERUSALÉM - O governo dos Estados Unidos elaborou um plano de paz para o conflito israelense-palestino, com garantias para garantir o êxito, informa o jornal israelense Maariv.
O plano, que não foi confirmado oficialmente, prevê que as negociações, com duração máxima de dois anos, terão início o mais rápido possível. Para assegurar o sucesso das conversações, Washington enviaria cartas de garantia aos palestinos com o compromisso de fazer respeitar a data limite de dois anos. Nenhum prazo previsto desde 1993 para o processo de paz israelense-palestino foi respeitado.
Israel pedirá a Washington que confirme o compromisso do ex-presidente George W. Bush estipulando que um acordo de paz final terá como base a troca territorial, o que permitiria a Israel manter os grandes blocos de colônias na Cisjordânia.
Segundo o plano americano, o primeiro tema na mesa de negociações seria o das fronteiras entre Israel e o futuro Estado palestino. Este ponto seria solucionado durante o período de moratória da colonização judaica nos territórios palestinos anunciada pelo governo israelense.
As construções israelenses poderiam ser retomadas mais tarde nas regiões destinadas a ser anexadas por Israel, destaca o Maariv.
Um Estado palestino seria estabelecido na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com base na linha de armistício en vigor entre 1949 e 1967, mas com compensações previstas nas trocas territoriais. Uma vez que o primeiro tema seja solucionado, as negociações abordariam outros assuntos vinculados ao estatuto final: Jerusalém e o destino dos refugiados da guerra de 1948.
As conversações de paz foram suspensa ano passado, após a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza (27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009). A negociação está bloqueada pelo tema da colonização israelense nos territórios palestinos. Os palestinos exigem uma suspensão total dos assentamentos antes de voltar à mesa de negociações, mas Israel não aceita a demanda.
O Maariv informa que o presidente egípcio Hosni Mubarak deve recomendar ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que aceite o plano durante um encontro nesta segunda-feira em Sharm el-Sheikh. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu visitou o Egito na semana passada.