postado em 05/01/2010 15:11
O Paraguai vive hoje (5) momentos de tensão e crise política com ameaças de disputas entre as instituições oficiais. A Sala Constitucional da Corte Suprema paraguaia reiniciou o julgamento que pode anular a decisão do Congresso Nacional do país vizinho de afastar dois ex-magistrados do órgão. Os magistrados são acusados de suposto desempenho inadequado de suas funções. A iniciativa provocou denúncias de manipulação política. A oposição, liderada pelo Partido Colorado do ex-presidente Nicanor Duarte, acusa o presidente do Paraguai, Fernando Lugo (do Partido Liberal), de interferir politicamente no processo, uma vez que o Congresso paraguaio determinou o afastamento dos ex-magistrados das suas antigas funções.
Com uma base política fragmentada, Lugo enfrenta uma forte oposição ao seu governo. A falta de unidade e as disputas de força entre os três Poderes ; Legislativo, Executivo e Judiciário - fragilizam sua atuação.
A situação se agravou ainda mais porque há cerca de dois meses, Lugo trocou os comandos das Forças Armadas. Paralelamente o presidente tem de lidar com as dificuldades de uma economia incipiente e as cobranças de reforma agrária que motivaram sua eleição.
Apesar do cenário, especialistas brasileiros que acompanham a política do Paraguai negam que ocorram riscos de rompimento democrático e crise institucional. De acordo com os estudiosos, não há interesse dos setores envolvidos em levar a cabo um golpe de Estado embora o descontentamento com o governo Lugo seja evidente.
No caso do julgamento que começou hoje, dos ex-magistrados Bonifácio Ríos e Carlos Fernández Gadea, ligados politicamente a Nicanor, a tendência é de a Corte Suprema anular a decisão do Congresso, permitindo o retorno de ambos.
Desde o final da manhã de hoje a área em torno do tribunal foi tomada por manifestantes contrários e favoráveis. Os jornais do Paraguai mostram imagens de manifestantes com cartazes, faixas e até fantasiados.<-- .replace('
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