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Atentado frustrado: nigeriano acusado de tentativa de assassinato

WASHINGTON - O nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab foi acusado formalmente nesta quarta-feira (6) nos Estados Unidos de "tentativa de assassinato" e de "tentativa de utilização de arma de destruição em massa" contra um avião no dia do Natal.

Faruk Abdulmutallah, 23 anos, foi acusado de abordar o voo 253 da Northwest "com uma bomba escondida" sob sua roupa, segundo os documentos judiciais.

"A bomba consistia em um artefato contendo tetranitrato de pentaeritritilo (PETN), triperoxido de triacetona (TATP) e outros ingredientes".

"A bomba foi montada para permitir ao acusado Umar Faruk Abdulmutallab detoná-la quando desejasse, com o intuito de causar uma explosão a bordo do voo 253".

Se for considerado culpado de tentativa de ataque com arma de destruição em massa, o jovem nigeriano poderá pegar prisão perpétua, destacou o departamento de Justiça em um comunicado. Os outros crimes são passíveis de até 30 anos de prisão.

"Esta investigação é acelerada, global, está em curso e já produziu informação valiosa que seguiremos até onde levar", disse o procurador-geral Eric Holder.

Na véspera, o presidente Barack Obama admitiu falhas "potencialmente desastrosas" dos serviços de Inteligência dos Estados Unidos, que, no contexto do atentado frustrado foram piores do que se imaginou a princípio, e exigem ação imediata.

"Está cada vez mais claro que a inteligência não foi totalmente analisada ou totalmente acionada", disse o presidente depois de uma reunião na Casa Branca com seus principais assessores de segurança e altos funcionários da Inteligência. "Isto não é aceitável, e eu não tolerarei".

O diretor de inteligência dos EUA, Dennis Blair, assegurou hoje ter tomado nota das incisivas críticas feitas por Obama em relação a seus serviços.

"A comunidade de inteligência recebeu a mensagem do presidente. Nós compreendemos e vamos responder aos novos desafios", afirmou Blair em um comunicado.

A Inteligência fez "progressos consideráveis, mas devemos melhorar nossa capacidade de contra-atacar novas táticas, como os esforços camicases individuais (...) Devemos antecipar novos tipos de atentados e manter uma dianteira sobre os terroristas".